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Munições usadas na maior chacina de São Paulo são do mesmo lote de balas que teriam sido utilizadas no assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes. Segundo os autos do processo, balas usadas no crime de agosto de 2015, quando 23 pessoas foram mortas a tiros, são do lote UZZ-18, extraviado da Polícia Federal. A corporação informou nesta sexta-feira (16) que investiga se as munições desse lote foram usadas para matar Marielle e Anderson.
Segundo informações da TV Globo, balas calibre 9 mm encontradas ao lado dos corpos na região central do Rio de Janeiro são de lote vendido à PF de Brasília em 2016.
Marielle foi atingida quatro vezes na cabeça, em homicídio doloso (com intenção de matar), na noite de quarta-feira (14).
"De fato, esse lote foi vendido para a PF de Brasília, se não me engano, entre o fim de 2006 e o início de 2007", afirmou um delegado paulista, que pediu para não ser identificado sob o argumento de que o caso da Grande São Paulo foi "um pesadelo" em sua vida.
O promotor Marcelo de Oliveira, que atuou no júri da maior chacina de SP, afirmou que, durante os depoimentos das testemunhas, um capitão reformado do Exército chegou a mencionar que um sargento foi demitido porque tinha extraviado munição para o Rio de Janeiro.
Atual corregedor da PM (Polícia Militar) de SP, o coronel Marcelino Fernandes informou que, apesar da constatação do mesmo lote, isso não significa que forças de segurança foram as autoras da morte de Marielle e de seu motorista, Anderson Gomes.
"O que você tem de lote extraviado... É apenas um indício de que pode ser de forças regulares. Eu já tive situação em que o executor atirou com o revólver 38. Na sequência, ele deixou no local do crime cápsulas de .40, da PM, mas ele não esperava que isso estava sendo gravado por uma câmera de uma loja de tintas", exemplificou.
Marielle e Anderson foram mortos com por munição calibre 9 mm, que não pode ser vendida à população. A munição só pode ser adquirida legalmente por colecionadores, atiradores esportivos e forças de segurança, mas é vendida com poucas restrições no Paraguai e entra no Brasil ilegalmente.
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