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Que a Universidade no Brasil é cheia de distorções, isso é conceito mais velho que a Sé de Braga e a instituições universitárias, no mundo inteiro e ao longo da história, privilegiam os grupos mais abastados das sociedades onde se inserem.
Universidades, embora os papagaios de asneiras digam que são “antros esquerdistas”, à parte de sua produção de ciência pura e aplicada, são reprodutoras dos mecanismos de dominação, reciclando-os para formas mais modernas e com uma roupagem socialmente mais aceitável.
Reduzir o debate da democratização da universidade a traçar o perfil de renda de seus alunos é de uma pobreza atroz. Até porque está na mão da sociedade criar critérios mitigadores da predominância dos mais ricos entre seus alunos.
Cobrar mensalidade, certamente, não é um deles. Porque isso só fará aprofundar o sentimento de que a educação é algo que se compra, pelo quanto ela irá render, na compreensão mais estúpida de que “educação não é gasto, é investimento”, porque reduz seu retorno (lucro) ao individual, como individual ou familiar foi a inversão de recursos para cursá-la.
Em que pagar torna algum serviço – e um caro, como a educação superior – “mais democrático”.
O Banco Mundial, porém, sugere, com aplausos de nossa mídia, este caminho, comercializando, pela via de bolsas, o acesso ao ensino superior público.
Os que pagarem, diz a consultora do Banco Mundial, “vão cobrar mais”.
Os donos fazem assim.
É o mesmo que acabar com a Universidade Pública.
Ela passa a ser o mesmo que uma privada que concede bolsas de gratuidade a parte de seus alunos.
A política de cotas sociais e raciais afirma o sentido público do ensino.
A cobrança de mensalidades, ao contrário, elege seu conteúdo elitista.
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Renasce nelas, com sofisticação tecnocrata, aquilo que dizíamos nos anos 60 e 70, dos colégios privados: PPP: “papai pagou, passou“.
Fonte: Tijolaço
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