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O marqueteiro Renato Pereira citou a senadora e ex-prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, e a empresa CDN Comunicação em delação premiada à Procuradoria Geral da República (PGR). Segundo ele, uma pesquisa teria sido paga com dinheiro que seria contrapartida por um contrato que a agência de comunicação teve com o Ministério da Cultura quando Marta chefiou a pasta.
Pereira foi responsável pelas campanhas do ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, e do atual governador, Luiz Fernando Pezão, entre várias outras campanhas do PMDB.
Segundo o SP1, o marqueteiro disse que se encontrou com a senadora Marta Suplicy na casa dela, em 2015. Disse que no encontro também estavam o marido de Marta, Marcio Toledo, Renato Ganhito, da agência CDN Comunicação e Maurício Moura, do Instituto Ideia.
O objetivo do encontro era negociar uma pesquisa que serviria de base para elaborar a estratégia da campanha de Marta à Prefeitura de São Paulo, em 2016, na qual ela foi derrotada.
Renato Pereira disse à PGR que Maurício Moura apresentou Orçamento no valor de R$ 160 a R$ 180 mil. Renato cobrou mais R$ 70 mil pela parte dele, segundo a delação.
O marqueteiro afirmou ainda que Marta aceitou os valores. Segundo o delator, Marta disse que a conta seria paga pela CDN Comunicação. Isso porque a agência, ainda segundo o delator, tinha contratos de comunicação com o Ministério da Cultura e devia contrapartida à senadora, que foi ministra da Cultura no governo de Dilma Rousseff.
Depoimento
O texto do depoimento que faz referência a Marta tem três páginas. Nelas, Pereira relata ter recebido, em dezembro de 2014, uma ligação de Renato Granhito, da CDN, dizendo que Marta queria conversar com ele. A reunião ocorrida na casa de Marta, em São Paulo, da qual participaram também o marido da senadora e Renato, ocorreu em janeiro de 2015.
O orçamento para a primeira fase da pesquisa ficou em R$ 250 mil, com a contratação do Instituto Ideia para ajudar nos diagnósticos da campanha. O resultado do levantamento ocorreu em nova reunião na casa de Marta. Marcelo Granhito, também da CDN, pediu para a nota fiscal do trabalho ser enviada para a CDN, conforme o delator. A nota fiscal foi emitida, segundo o marqueteiro, contra a CDN, tendo sido paga pela empresa.
A CDN era a empresa que prestava serviços ao ministério da Cultura quando da gestão da senadora no ministério e no momento do pedido da avaliação.
O delator disse aos procuradores da República que os valores foram pagos como o combinado.
Marta, que era do PT quando ocupou o Ministério da Cultura, concorreu à prefeitura pelo PMDB, mas perdeu a eleição.
A CDN Comunicação nega que tenha pago qualquer tipo de recompensa ou contrapartida por serviços prestados por Renato Pereira ou pela Prole e diz que é mentirosa a versão de que a contratação foi uma contrapartida da CDN por contrato de consultoria assinado pelo Ministério da Cultura.
Por meio de nota, a Ideia Inteligência informou que foi contratada em abril de 2015 para fazer uma "rodada de pesquisa quantitativa e qualitativa".
"O serviço foi prestado, apresentado e todos os impostos referentes recolhidos com total transparência assim como a empresa sempre faz", diz o texto.
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