183753 visitas - Fonte: viomundo
A mídia brasileira não é apenas ideologicamente contaminada. É, do ponto-de-vista de apuração, ruim.
Tudo o que ela faz, do ponto-de-vista “investigativo”, é republicar os documentos produzidos pelo Ministério Público ou pela Polícia Federal. São os vazamentos.
Como diria Caco Barcellos, é o “jornalismo declaratório”, que não consegue ligar dois pontos.
Isso é tarefa para o Garganta Profunda, que não pode se identificar para não perder o emprego.
Depois de correr os olhos pela íntegra dos documentos da Operação Patmos, nosso veterano colega foi direto ao ponto central, ou seja, àquele que pode demolir a carreira de Michel Temer e colocá-lo na cadeia.
Está no documento Ac 4315, volume 2, que reproduzimos no pé do post.
Trata-se dos acertos entre o lobista Ricardo Saud, da JBS, e o deputado federal Rodrigo Santos da Rocha Loures (PMDB-PR), indicado por Michel Temer a Joesley Batista, da JBS, para representá-lo.
Com R$ 30 milhões, a JBS ajudou a financiar a eleição de Eduardo Cunha à presidência da Câmara dos Deputados — ou seja, abriu caminho para a derrubada de Dilma Rousseff.
Depois da conversa gravada entre Michel Temer e Joesley Batista, na calada da noite, no Palácio Jaburu, o lobista Saud passou a pressionar o deputado Loures a resolver pendencias financeiramente importantes que a JBS tinha junto ao governo federal.
No CADE, Conselho Administrativo de Defesa Econômica, o pleito da JBS para comprar gás diretamente da Bolívia, sem intermediação da Petrobras, o que segundo Joesley Batista custava a ele um prejuízo de U$ 1 milhão por dia.
Um crédito de R$ 2 bilhões que a JBS teria sobre o PIS/Cofins de exportação na Procuradoria Geral da Fazenda Nacional.
O deputado Loures, intermediário de Temer, trabalhava informado de que o lobista da JBS fazia pagamentos para calar a boca de dois delatores em potencial que poderiam derrubar o governo Temer, o doleiro Dilson Funaro e o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha.
Loures trabalhava consciente de que ministros importantes do governo Temer poderiam ser afastados assim que se tornassem réus no Supremo Tribunal Federal — tudo isso aparece nos diálogos gravados.
O lobista Saud explorava essa instabilidade: prometia a Loures um negócio de longo prazo, que poderia render a Temer uma “aposentadoria” de até R$ 1 milhão por semana durante 25 anos.
Ricardo Saud, provavelmente estimulado pelo fato de que já “trabalhava” como delator da Procuradoria Geral da República, tentava o deputado Rodrigo Loures a receber dinheiro vivo o mais rapidamente possivel.
Era uma forma de permitir à Polícia Federal que “produzisse” provas.
Saud comparecia aos encontros com sua Maserati. Um automóvel que, novo, sai por cerca de R$ 700 mil.
Como se vê no diálogo acima, o lobista Saud tenta fazer com que o deputado Loures, o representante de Temer, receba a propina em dinheiro vivo, não através de notas fiscais frias, que acarretariam o pagamento de impostos.
O tal Edgar, mencionado no diálogo e ainda não identificado, é mencionado como alternativa para receber os pagamentos semanais.
Entregas já haviam sido feitas, anteriormente, ao coronel aposentado da PM João Baptista Lima Filho, o coronel Lima, amigo do peito e suspeito de ser laranja de Temer.
Porém, o coronel já estava “queimado”. Tinha aparecido na imprensa por conta da estranha participação da empresa dele, a Argeplan — que não tinha nenhum conhecimento no ramo — numa concorrência vitoriosa em projeto da Eletronuclear, em parceria com uma empresa holandesa.
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