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Em m delações premiadas nas investigações da Operação Lava Jato, a empresária Mônica Moura e seu assistente André Santana relataram o caso de um assalto a um táxi em São Paulo. No veículo, segundo eles, Santana levava uma mala com R$ 1,5 milhão entregues pela Odebrecht, em suposto pagamento por meio de caixa 2 para a campanha eleitoral de Dilma Rousseff em 2014.
Segundo os depoimentos, a entrega do dinheiro foi realizada conforme padrões da Odebrecht, com senhas e em um hotel de alto padrão, desta vez no bairro da Vila Olímpia. Santana foi o responsável por receber o dinheiro.
"Me apresentei na recepção e foi autorizada a minha subida pro quarto da pessoa que tinha que me apresentar. Recebi esse valor, coloquei na mala. Não dava pra contar esse valor, mas eu tinha contado pelo menos as cabeças né, os pacotes. E pela quantidade tinha 1 milhão e meio de reais", afirmou ele.
Santana diz que depois de alguns minutos ele pegou um táxi para ir ao hotel onde estava hospedado, mas no meio do caminho dois carros grandes com sirenes de polícia fecharam o táxi. Homens vestidos de preto fizeram o assistente dos marqueteiros descer e pegaram a bagagem recheada de dinheiro no porta-malas.
Ele conta que foi colocado em um dos carros e levado para uma rua residencial, onde foi solto logo em seguida. "Me perguntaram se eu precisava de dinheiro pra pegar um táxi. Me liberaram e informaram que iam depois me dar o celular que eles levaram", relatou Santana.
Já no hotel onde estava hospedado, o funcionário entrou em contato com Mônica Moura pelo computador e relatou o assalto. A marqueteira diz que logo desconfiou de armação, já que os únicos que sabiam da entrega eram ela, André Santana e o lobista Fernando Antônio Falcão Soares, conhecido como Fernando Baiano, que teria sido o responsável pela entrega.
De acordo com o depoimento da marqueteira, os assaltantes mencionaram diretamente a mala e disseram que sabiam quanto havia dentro. Eles ainda teriam ameaçado Santana, caso ele tivesse tirado algum valor da entrega.
Mônica disse ter conversado com Fernando Baiano logo em seguida para tentar descobrir quem era os assaltantes. Ela queria pedir vídeos de câmeras do hotel, mas o lobista alertou que para isso era preciso envolver a polícia. Ela então disse que iria falar com Hilberto Mascarenhas, chefe do "setor de proprina" da Odebrecht.
"Ele falou assim: ’olha, não vamos mexer nisso. Não conversa com o Hilberto, não. Faz o seguinte. A gente vai repor esse dinheiro’", disse Mônica. Os próximos pagamentos feitos aos marqueteiros foram acrescidos com algumas centenas de milhares de reais, mas segundo ela o valor nunca chegou a R$ 1,5 milhão.
Mesmo depois disso, Santana diz que voltou a São Paulo 2 meses depois para receber valores de forma semelhantes.
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