511 visitas - Fonte: tijolaco
Os ministros do Supremo se chamam pares, mas isso não quer dizer que sejam iguais.
Aliás, só numa coisa têm sido iguais: não entender que, quando as páginas de política começam a ser dominadas pelos juízes, não apenas há algo errado com a política como há algo errado com a Justiça.
Agora de manhã o ministro Luís Roberto Barroso, que não participa do julgamento de hoje à tarde por ter trabalhado com advogado que está no caso, deu, não obstante, a sua sentença.
Em tese, claro.
Assim, cumpre formalmente a regra legal de que juiz não fala de um caso fora dos autos. Menos ainda, por óbvio, de um caso em que se acha impedido de ser isento.
Não é o primeiro a falar, sejamos justos. Gilmar Mendes, que também não participa do julgamento, já falou, como, aliás, sempre fala.
Não é o primeiro caso em que Barroso “compete” com Mendes.
E não é a primeira vez que o homem que Joaquim Barbosa disse falar aos pares como quem fala “com os seus capangas lá do Mato Grosso” supera o liberal professor Barroso.
Gilmar foi, é e será tucanérrimo. Não muda
Barroso já prefere a “metamorfose ambulante”: de juiz “garantista” passou a ser defensor do “prende logo este aí”
É um dos nem tão raros casos em que a toga derrete antigas convicções. As de Gilmar, reconheça-se, permanecem as mesmas.
Gilmar topa as paradas e aceita os desgastes.
Já o seu colega diz que, cumpridas as formalidades como no impeachment de Dilma, as intenções golpistas não vêm ao caso.
Barroso, dando entrevista sobre o julgamento que não lhe cabe, parece estar fazendo o famoso “me incluam fora desta”.
Com o país imerso na crise institucional que está, escolher fazer eu “marketing pessoal” mostra bem o grau de discrição tem Luiz Roberto Barroso.
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