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O juiz federal Sérgio Moro decretou, nesta quarta-feira (23), sigilo sobre a chamada superplanilha da Odebrecht, que faz menção a centenas de políticos e partidos - da base aliada e da oposição - como supostos destinatários de valores repassados pela empresa.
O magistrado pediu que o Ministério Público Federal (MPF) se manifeste sob a possibilidade de enviar a documentação ao Supremo Tribunal Federal (STF). O juiz paranaense afirma que a remessa à Corte se daria por conta da presença de “autoridades com foro privilegiado”. A manifestação vai na contramão do recente vazamento dos áudios que envolviam a presidenta Dilma Rousseff (PT).
Moro ressaltou que os valores mencionados não necessariamente se referem a repasses ilegais. “Prematura conclusão quanto à natureza desses pagamentos. O referido Grupo Odebrecht realizou, notoriamente, diversas doações eleitorais registradas nos últimos anos”, escreveu o juiz em seu despacho.
Planilha
A força-tarefa da Lava Jato divulgou documentos da Odebrecht apreendidos pela Polícia Federal na 22º fase da operação. Uma série de planilhas listam mais de 200 políticos de 18 partidos e indicações de valores passados.
Os documentos, obtidos em 22 de fevereiro, estavam em posse de Benedicto Barbosa Silva Júnior, presidente da Odebrecht Infraestrutura, e citam tanto membros da base de sustentação do governo como da oposição. Os valores listados, entretanto, não se referem, necessariamente, a repasses ilegais: a Polícia Federal não analisou se os montantes foram declarados à Justiça Eleitoral.
Parte da documentação se refere ao período eleitoral de 2012, quando foram eleitos prefeitos e vereadores.
Os executivos da empreiteira anunciaram, nesta terça-feira (22), a disposição de realizar uma “colaboração definitiva” com a Lava Jato, sinalizando para um possível delação premiada.
Empresa
A Odebrecht divulgou nota na qual afirma que “a empresa e seus integrantes têm prestado todo o auxílio às autoridades nas investigações em curso, colaborando com os esclarecimentos necessários’’.
A empresa ainda destacou o fato destas denuncias revelar “a existência de um sistema ilegal e ilegítimo de financiamento do sistema partidário-eleitoral do país”.
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