1084 visitas - Fonte: Brasil247
Num período histórico em que se denuncia a sociedade do espetáculo, pelo caráter essencialmente alienante, o ministro da Saúde, Marcelo Castro, está inovando para pior.
Pode ser definido como o ministro-espectador.
Este é o aspecto inaceitável de seu comportamento. Num país que aos poucos começa a tomar consciência da gravidade representada pelas novas doenças trazidas pelo aedes-egypt, ao se referir a uma epidemia de microcefalia o ministro antecipou que podemos produzir uma “geração de sequelados.”
Também disse que o Brasil está “perdendo feio” a batalha contra o aedes egypt. Não pode.
Como um general encarregado de mobilizar os exércitos para uma guerra, não lhe cabe usar o cargo para aceitar a derrota e espalhar o pessimismo. Chega a ser falta de respeito.
A sinceridade não é uma virtude frequente em autoridades de qualquer país.
Nós sabemos que as mentiras podem criar ilusões passageiras e pesadelos permanentes na vida pública.
Mas, antes de aplaudir a franqueza do ministro, a pergunta é saber qual sua serventia.
Ao conjugar o verbo na primeira pessoa do plural, o “nós”, que lhe permite dividir responsabilidades com 200 milhões de brasileiros, o ministro evita o pronome correto para uma autoridade na hora em que é preciso demonstrar sentido de responsabilidade e testar a própria competência – “eu.”
Define uma postura clara diante da situação – e trata de lavar as mãos, a melhor maneira de tentar deixar claro que nada tem a ver com isso.
Na melhor das hipóteses, Marcelo Castro cavou seu lugar na história do governo Dilma como o ministro do “eu não disse?”
Follow @ThiagoResiste
APOIE O PLANTÃO BRASIL - Clique aqui!
Se você quer ajudar na luta contra Bolsonaro e a direita fascista, inscreva-se no canal do Plantão Brasil no YouTube.