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(Lívio Soares de Medeiros para o BR29)
Muito se tem falado na queda de audiência da Rede Globo. Todavia, a emissora ainda é líder dentre os canais de TV; além do mais, essa queda na audiência não implica dizer que o poderio da casta da família Marinho tenha se tornado bem menor. É sabido que são uma família cujo rio é cheio de afluentes, seja na imprensa, seja no rádio, seja na televisão.
Num mundo ideal, a audiência da Globo seria desprezível. Claro que a emissora está longe de ter uma audiência insignificante. Ela influencia boa parte do que pensa a classe média que foi às manifestações de meados de março — o pessoal que defende ditadura militar “impeachment” e afins.
Essa classe média, que não aceita a derrota de Aécio para a presidência da República, deveria garantir à Globo uma audiência maior do que a que a emissora carioca tem tido. Estaria o canal de TV sendo deixado de lado por aqueles que ele guia? Não é o caso.
Os tempos mudaram; hoje, as pessoas têm acesso a outras mídias. Houve um tempo em que rádio, televisão e jornal eram os meios pelos quais uma pessoa poderia se informar. A internete trouxe outras possibilidades.
Poder-se-ia argumentar que muito preconceito e ódio são destilados na internete. Isso é verdade. Em contrapartida, é graças a ela que se tem o refrigério de se ter acesso a outros pontos de vista ou mesmo à não deturpação dos fatos.
Hoje, pode-se muito bem estar a par do que ocorre no País e no mundo sem que seja preciso ligar a TV, ler um dos jornais de grande circulação ou escutar poderosas emissoras de rádio, independentemente da ideologia que se tenha.
Seria inútil negar o poder de gigantes como UOL, Folha de S.Paulo, Estadão, Globo ou Jovem Pan. Todavia, é um alento saber que o “jornalismo” que praticam não é a única maneira de recebermos a interpretação das coisas. Eles são poderosos, são maciços, mas, de modo esparso — um fazendo aqui, o outro fazendo acolá —, tem-se a construção de outras possibilidades de conhecimento.
Não sou partidário de que a Globo esteja perdendo audiência em virtude do “jornalismo” que ela faz nem em virtude da fórmula desgastada de suas novelas; tenhamos em mente que essa queda na audiência pode ser coisa passageira. Penso na queda da Globo como consequência natural e inevitável do tempo em que vivemos.
Ainda que os dados do GFK, que chegou ao Brasil para concorrer contra o Ibope, venha a apontar com o passar do tempo uma queda maior ainda do que a apontada pela Ibope na audiência da Globo, ela não se tornará coadjuvante nos rumos políticos do País. Seria ingenuidade supor que o canal não mais dita as cartas. Mas isso, é claro, não é razão para que não continuemos criando pontos de vista e possibilidades diversos daqueles defendidos pela Globo e pelos similares dela.
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