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Em Nova York, ao ser questionado sob os protestos contra o governo, o ministro da Fazenda exaltou a liberdade de expressão reconquistada pelos brasileiros; disse ainda que quem conhece a fundo sabe que o Brasil é transparente e onde tudo é debatido, “onde o governo presta contas de tudo que faz, tem eleições regulares, e onde as pessoas que fazem o que é errado são presas”; sabatinado na Cúpula das Américas de Política Monetária, evento promovido pela agência de notícias Bloomberg, o ministro disse ainda que a divulgação do balanço da Petrobras será um passo importantíssimo na reconstrução da empresa e que país tem, sim, condições de alcançar este ano a meta de superávit primário de 1,2% do PIB
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse nesta segunda-feira (20), em Nova York, que uma das melhores coisas no Brasil é a liberdade de expressão. As declarações foram dadas por Levy durante a Cúpula das Américas de Política Monetária, evento promovido pela agência de notícias Bloomberg, ao ser questionado sobre os protestos nas ruas. “Quem tem entendimento mais profundo sabe que o Brasil é transparente e tudo é debatido. [É um país] onde o governo presta contas de tudo que faz, tem eleições regulares, e onde as pessoas que fazem o que é errado são presas.”
Ao se referir à Petrobras, Levy ressaltou que existe um certo nervosismo quanto à transparência “do que está acontecendo”, quando se diz que o país é um dos menos favoráveis ao investimento. O ministro ponderou, no entanto, que a divulgação do balanço da estatal será mais um passo na reconstrução da empresa. Ele destacou também a expectativa com o novo Conselho de Administração da Petrobras, que deverá ter mais profissionais da iniciativa privada e menos indicações políticas.
Levy disse que o excesso de preocupação com a Petrobras é bom, mas indicou que parte das mudanças tem a ver também com a queda nos preços do petróleo no mercado internacional e, por isso, o impacto não é só na economia brasileira, mas também no exterior.
Em entrevista transmitida na internet pela Bloomberg, o ministro afirmou também que o Brasil tem, sim, condições de alcançar este ano a meta de superávit primário de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços gerados pelo país).
Levy reafirmou que a maior parte do esforço do governo para equilibrar suas contas está concentrada nos cortes de gastos do governo e na “reversão” de certos benefícios fiscais. Ele se referia às desonerações em determinados setores, usadas até recentemente pelo governo para o enfrentamento da crise.
Sobre os gastos com a Previdência, o ministro lembrou que, no Brasil, assim como em outros países, é importante estar alerta para não romper certos limites e verificar se esses limites são sustentáveis. Ele falou sobre a mudança no foco dos ajustes, implementados no segundo mandato da presidenta Dilma Rousseff, como as alterações em benefícios trabalhistas e previdenciários.
Exemplificando com o caso das pensões por morte, o ministro disse que essa reforma ainda espera aprovação do Congresso Nacional. Segundo Levy, se uma pessoa torna-se viúva muito cedo, não precisa ter o benefício previdenciário para sempre, pelo resto da vida. Ao justificar para a plateia da cúpula a necessidade do ajuste, ele explicou que, no Brasil, se “uma pessoa de apenas 30 anos fica viúva herda a pensão integral para sempre”.
Joaquim Levy lembrou que, nos últimos anos, o país fez transferências importantes para pessoas de baixa renda, "tudo com muita transparência". O ministro disse aos participantes do evento que os brasileiros entendem o que está acontecendo no país, conhecem os números. Além disso, há muito debate, inclusive na imprensa, em todos os lugares, [é o] “cerne da democracia", acrescentou.
O ministro voltou a defender que os investimentos em infraestrutura tenham origem mais nas empresas privadas, por intermédio do mercado de capitais, do que no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Na mesma linha do discurso feito durante evento do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, encerrado no fim de semana, ele reafirmou que é preciso atrair capital externo para a infraestrutura.
“Ouvimos durante todo tempo [em Washington] que existe uma grande demanda por ativos de longo prazo. Temos pessoas idosos em muitos países, e as economias avançadas querem ter um fluxo de receitas estável. E nada melhor [para investir] do que um projeto de infraestrutura bem planejado. Neste fim de semana, ainda na capital americana, o ministro da Fazenda anunciou que o governo anunciará, possivelmente em maio, um novo projeto de concessões.
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