750 visitas - Fonte: Brasil 247
O Ibovespa alcançou nesta segunda-feira (6) sua quarta alta nos últimos cinco pregões, renovando seu maior fechamento desde 28 de novembro do ano passado. O Ibovespa fechou em alta de 1,14%, a 53.728 pontos, acumulando alta de 7,3% nos últimos 5 pregões. Já o dólar comercial caiu 0,22%, a R$ 3,1223 na venda, chegando ao 5º dia seguido no vermelho, com queda de mais de 5% nesse período. No radar, o relatório de empregos dos Estados Unidos reduziu a possibilidade de um aumento dos juros na maior economia do mundo. Além disso, a expectativa por aprovações das medidas de ajuste fiscal propostas pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, também funcionou como vetor altista no pregão.
E é sobretudo na ação de Levy que o mercado está de olho, uma vez que já ficou bem claro que ele dispõe de toda a confiança da presidente Dilma Rousseff para levar adiante seu plano de recuperação da economia. “Levy é muito importante, e ele se mantém firme”, disse ela em entrevista à Bloomberg News na semana passada. “Eu farei tudo para atingir” as metas fiscais de Levy, prometeu a presidente.
No Congresso, o ministro tem atuado junto a senadores e deputados, para convence-los de que a austeridade é a única chance que o país tem para superar a insolvência e evitar que sua classificação de crédito soberano caia. A apresentação de Levy na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado animou os investidores. O real brasileiro teve um rali, e o abatido mercado acionário de São Paulo subiu na quarta-feira passada, conduzido pela Petrobras. No mesmo dia, a Petrobras assinou um contrato de financiamento de US$ 3,5 bilhões com a China.
A aprovação das medidas de ajuste fiscal e as expectativas pela divulgação do balanço da Petrobras são importantes para o mercado. As ações da Petrobras subiram ainda sem perspectiva de divulgação do balanço. A petroleira ainda informou que a companhia se defenderá em relação às class actions, com advogados dos EUA analisando as alegações. O presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, quer admitir prejuízo de R$ 10 bilhões em perdas contábeis da Petrobras. O governo avalia que o mercado quer que a Petrobras admita prejuízos de R$ 20 bilhões.
ENQUANTO ISSO, A OPOSIÇÃO SE EXASPERA, pois sabe que se o mercado reage bem, o governo se fortalece. O senador Cássio Cunha Lima, do PSDB, deu a primeira sinalização do incômodo dos opositores da presidente, em entrevista nesta segunda ao site da Veja. "Dilma perdeu aquilo que é essencial para quem governa. Ela perdeu credibilidade e autoridade ao ponto de hoje estar sujeita a uma notória "levydependência". Dilma contraria até mesmo a própria natureza: é criticada por ele mas ao mesmo tempo sai em defesa dele. Isso porque a cota de bronca pública já está esgotada. Daqui a pouco o Joaquim Levy entrega o boné e não sobra nada. O governo está pendurado no CPF do ministro da Fazenda. Ele é o fiador. É impressionante como um país do nosso tamanho depende do CPF da pessoa física de um ministro, já que o CNPJ do governo está no Serasa, no Cadin, em todo cadastro negativo", numa declaração acima do tom.
Abaixo matéria da InfoMoney:
Ibovespa tem 4ª alta em 5 pregões e renova máxima do ano; dólar cai pelo 5º dia
SÃO PAULO - O Ibovespa alcançou nesta segunda-feira (6) sua 4ª alta nos últimos 5 pregões, renovando seu maior fechamento desde 28 de novembro do ano passado. No radar, o relatório de empregos dos Estados Unidos divulgado na sexta reduziu a possibilidade de um aumento dos juros na maior economia do mundo na reunião do FOMC (Federal Open Market Comittee) de junho. Além disso, a expectativa por aprovações das medidas de ajuste fiscal propostas pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, também funcionou como vetor altista no pregão.
O Ibovespa fechou em alta de 1,14%, a 53.728 pontos, acumulando alta de 7,3% nos últimos 5 pregões. Já o dólar comercial caiu 0,22%, a R$ 3,1223 na venda, chegando ao 5º dia seguido no vermelho, com queda de mais de 5% nesse período. A desvalorização da moeda nesta segunda, no entanto, foi amenizada nas últimas duas horas de negociação, em um movimento típico de ajuste técnico após longos baques desde semana passada, explica o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo.
Com a alta de hoje, a Bolsa confirma ainda mais a mudança para tendência de alta no curto prazo, iniciada após o rompimento dos 52 mil pontos na semana passada. No Visão Técnica da última sexta-feira (3), o analista técnico da Clear Corretora, Bo Williams, tem como objetivo final desta tendência os 62 mil pontos, o que representa uma alta de 20% em relação ao fechamento da semana passada.
Já o analista fundamentalista, Flávio Conde, diz que a alta da Bolsa nos últimos dias se deve a uma mudança no cenário marginal. Do lado internacional, a queda do yield das treasuries após os dados de emprego nos EUA afeta positivamente os mercados acionários de países emergentes, junto com os discursos mais "dovish" (moderados) de membros do Fed. "Isso aumenta o dinheiro [na economia global] e o apetite por risco", explica. Ao mesmo tempo, outros drivers internacionais importantes são o acordo nuclear no Irã e a Grécia possivelmente fazendo um pagamento da sua parcela de dívida com o FMI.
No cenário doméstico, a aprovação das medidas de ajuste fiscal e as expectativas pela divulgação do balanço da Petrobras (PETR3; PETR4) são importantes para o mercado. "O cenário na margem mudou, mas o básico continua ruim com inflação baixa, economia desacelerando e juros nos EUA esperados para o segundo semestre", diz Conde.
Ações em destaque
As ações da Petrobras (PETR3; PETR4) subiram ainda sem perspectiva de divulgação do balanço. A petroleira ainda informou que a companhia se defenderá em relação às class actions, com advogados dos EUA analisando as alegações. De acordo com a Folha de S. Paulo, após uma onda de ações coletivas de investidores contra a Petrobras na Justiça dos EUA, a estatal brasileira sofre agora com um novo problema: fundos americanos e europeus estão optando por deixar o processo coletivo e entrar com ações individuais contra a empresa.
Além disso, destaque para outra notícia da Folha, que destaca que o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, quer admitir prejuízo de R$ 10 bilhões em perdas contábeis da Petrobras. O governo avalia que o mercado quer que a Petrobras admita prejuízos de R$ 20 bilhões.
Após um pregão volátil, as ações da Vale (VALE3; VALE5) registraram uma ligeira valorização. Destaque para o Banco Central da China, que prometeu manter liquidez adequada para a economia e para os dados do setor de serviço no País.
Entre as maiores perdas, estiveram a Suzano (SUZB5) e Gerdau (GGBR4) devido ao desempenho negativo do dólar frente ao real.
O dia também foi de volatilidade para as ações da BM&FBovespa (BVMF3) que, após chegarem a cair 2% no início da sessão, viraram para alta de 1% e fecharam em baixa de 0,58%, a R$ 11,92. No radar, a companhia informou na quinta-feira que recebeu um auto de infração da Receita Federal questionando a amortização, para fins fiscais, nos exercícios de 2010 e 2011, do ágio gerado na incorporação da Bovespa pela BM&FBovespa em 2008.
Brasil: Focus e PMI
Foi divulgado o Relatório Focus, com a mediana das projeções de diversos economistas, casas de análise e instituições financeiras para os principais indicadores macroeconômicos. A previsão para o PIB (Produto Interno Bruto) em 2015 oscilou de uma retração de 1% para uma de 1,01%, mas foi elevada para 2015 de um avanço de 1,05% para 1,10%. Já no caso do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que é o medidor oficial de inflação utilizado pelo governo, as projeções são de que haja um avanço de 8,20% este ano.
Além disso, saíram os PMIs (Índice Gerente de Compras) Composto e de Serviços. No caso do primeiro, o indicador ficou em 47 pontos, ante 51,3 esperados. Já para o do de Serviços, o PMI ficou em 47,9 pontos ante prévia de 52,3. Lembrando que acima de 50 pontos significa expansão e abaixo de 50 pontos verifica-se contração do setor em questão.
EUA: sem juros tão cedo
Segundo o presidente do Fed de Nova York, William Dudley, o banco central norte-americano precisa observar se a surpreendente fraqueza recente na economia norte-americana não é prenúncio de uma desaceleração mais substancial.
"O momento da normalização dependerá de dados e permanece incerto pois a evolução futura da economia não pode ser prevista completamente", disse Dudley em declarações preparadas, acrescentando que espera que a trajetória de elevações dos juros seja "relativamente rasa".
Os mercados acionários globais e o câmbio da maioria dos países refletiram de maneira positiva não só a sinalização do Fed, como também a divulgação dos dados do mercado de trabalho dos EUA na sexta-feira. A economia americana criou 126 mil novas vagas em março, ante uma expectativa mediana de criação de 245 mil vagas, o que afasta ainda mais as chances de alta dos juros.
Enquanto isso, o preço dos barris do petróleo viam novo avanço com maior otimismo em relação à demanda. A Arábia Saudita elevou o preço do petróleo bruto vendido para consumidores asiáticos. O barril do combustível WTI subia 6%, a US$ 51,94.
Europa
Já na Europa, mesmo com as bolsas fechadas, impactou os mercados internacionais a questão da Grécia, que terá que alcançar um esboço de acordo sobre financiamento com seus credores na reunião de ministros das Finanças da zona do euro em 24 de abril, segundo o ministro das Finanças do país, Yanis Varoufakis. "(Na reunião do) Eurogrupo de 24 de abril precisa haver uma conclusão preliminar (das negociações), conforme o acordo do Eurogrupo de 20 de fevereiro", disse Varoufakis ao jornal Naftemporiki.
A Grécia ofereceu um novo pacote de reformas na semana passada na esperança de destravar os fundos remanescentes de seu programa de resgate, mas seus credores União Europeia e FMI ainda não aprovaram as propostas.
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