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Fotos: Apeoesp
Altamiro Borges, em seu blog
Uma passeata com 60 mil professores tomou as ruas centrais da capital paulista na tarde desta quinta-feira (2). Alegres, irreverentes e pacíficos, os grevistas criticaram a intransigência do governador de São Paulo – “uma vaia para o Geraldo Alckmin” – e expressaram sua indignação diante da cobertura “jornalística” das emissoras de rádio e televisão – “uma vai para a Globo” grita um líder no caminhão de som e milhares repetem “fora Rede Globo, o povo não é bobo” e “A verdade é dura, a Rede Globo apoiou a ditadura”. Do helicóptero da emissora, o domesticado repórter informa que a passeata reúne “uns 500 professores” e não dá detalhes sobre a combativa mobilização da categoria.
Antes da passeata, na assembleia realizada no Masp, na Avenida Paulista, os professores aprovaram por unanimidade a continuidade da paralisação. “A greve continua. Alckmin, a culpa é sua”! Em uma nova rodada de negociação, o governo do PSDB voltou a rosnar arrogância e manteve a sua postura intransigente e autoritária. Os professores reivindicam melhorias nas condições de ensino – centenas de escolas foram fechadas nos últimos anos, as salas estão superlotadas e falta até papel higiênico nas unidades de ensino. Os grevistas também exigem aumento salarial e melhores condições de trabalho.
A manipulação da mídia privada, que tenta invisibilizar a poderosa greve dos professores e blindar o tucano Geraldo Alckmin, não desanima os grevistas. “Estamos de alma lavada. Mostramos mais uma vez a força e a organização da categoria”, afirma Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bebel, presidenta da Apeoesp. Para ela, a postura dos jornais, revistas e emissoras de rádio de tevê, sempre contrária às lutas dos trabalhadores, confirma a urgência de medidas para democratizar a mídia no Brasil.
No caso da TV Globo, quando da marcha golpista de 15 de março, ela até alterou a sua programação para incentivar a participação num ato que pregava o impeachment da presidenta Dilma e, inclusive, a volta dos militares ao poder. Artistas globais ajudaram a convocar o protesto e a emissora, unida ao comando da Polícia Militar, espalhou a mentira de que a marcha reuniu mais de 1 milhão de pessoas. Agora, no caso da passeata dos docentes em greve, o repórter domesticado fala em “500 presentes”. Não é para menos que um dos slogans mais gritados na passeata desta quinta-feira foi o “Fora Rede Globo”.
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