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Vic (UNE), Renato Rabelo, Adilson Araújo, Lula, Vagner Freitas e Rui Falcão, durante plenária realizada em São Paulo
São Paulo – As intervenções de representantes de centrais e movimentos sociais, ontem (31) à noite, na quadra do Sindicato dos Bancários de São Paulo, variou entre críticas à política econômica e defesa do mandato da presidenta Dilma Rousseff. O dirigente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) Gilmar Mauro, por exemplo, disse que "não haverá golpes neste país sem resistência de massa nas ruas".
O movimento seguirá defendendo a democracia, mas se houver qualquer ameaça de retrocesso "não iremos para debaixo da cama". Para ele, o país de fato necessita de ajustes,"mas não que agridam direitos conquistados", e sim "contra o capital financeiro e as grandes fortunas".
O presidente da CUT, Vagner Freitas, afirmou que é preciso defender o "projeto político" representado por Dilma e Lula, sem permitir que "os reacionários" ameaçam o mandato da presidenta. Mas acrescentou que as centrais também não podem concordar com retirada de conquistas. "Não aceitaremos retrocesso. Mas também não aceitamos que metam a mão nos direitos dos trabalhadores. Não podemos achar que ajuste fiscal feito pelo Levy (Joaquim Levy, ministro da Fazenda) vai levar este país à frente."
Segundo ele, "há insatisfação na classe trabalhadora" com a atual situação econômica e aumento de tarifas. O sindicalista vê risco a melhorias sociais obtidas nos últimos anos, caso não haja "inversão" na política econômica. "Precisamos que o nosso governo apresenta para a sociedade um projeto que taxe as grandes fortunas", exemplificou. Ele referiu-se a Dilma como "mulher guerreira e extraordinária", mas que também precisa tomar algumas medidas diferentes na economia.
Já o presidente da CTB, Adilson Araújo, alertou para riscos de perda de direitos no Congresso e pediu unidade. "Temos de afinar o disco e compreender o estágio da crise." Um fator de afinidade, citou, é o fim do financiamento privado de campanhas eleitorais. Ele sugeriu que o ex-presidente Lula lidere uma "caravana da democracia" pelo país, inspirada nas caravanas da cidadania realizadas nos anos 1990.
O coordenador da Central de Movimentos Populares (CMP), Raimundo Bonfim, afirmou que sem o movimento social "a direita teria ganhado as eleições" e que este é um momento de nova disputa. "Assim como fomos às ruas em 2014, vamos novamente para dizer que não aceitamos retrocesso e nenhum direito a menos. Nos próximos dias e meses, as ruas serão decisivas."
Mais de 20 entidades participaram do ato de ontem, que lotou a quadra dos bancários, com pelo menos 2 mil presentes. Um telão foi instalado do lado de fora, para que mais pessoas pudessem acompanhar a plenária.
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