419 visitas - Fonte: Brasil 247
Figura histórica do partido, senador do Rio Grande do Sul explica por que é contra as MPs 664 e 665, que trata dos direitos trabalhistas, e afirma que "há um descontentamento muito grande" dentro da legenda; "No Senado as pessoas estão se sentindo incomodadas e desconfortáveis. Não só com as MPs, mas com o rumo que está sendo dado. Esperamos que a gente consiga avançar no diálogo. Se não avançar, haverá sequelas", diz Paulo Paim
Com um discurso firme contra as Medidas Provisórias 664 e 665, que tratam dos direitos trabalhistas e fazem parte do chamado ajuste fiscal do governo Dilma Rousseff, o senador Paulo Paim ressalta seu descontentamento e admite poder deixar a legenda que ajudou a fundar. Ele explica, em entrevista ao jornal Brasil Econômico, por que é contra as MPs que chama de "arrocho social".
"Não tenho condições de votar contra um pescador. Não posso dizer que o pescador que ganha o Bolsa Família não tem direito ao seguro defeso: ou um, ou outro", diz ele. "Também não posso retirar abono salarial do cidadão que ganha até dois salários mínimos, quando todos nós sabemos que existem empresas, inclusive estatais, que têm 14º e até 15º salário. E não são dois salários mínimos, chega a R$ 30 mil ou a R$ 50 mil", continua o petista.
Segundo Paim, que conversou com Lula a respeito das propostas, o ex-presidente "disse que as MPs do ajuste vão contra tudo aquilo que nós pregamos ao longo de nossas vidas e que eu sempre defendi dentro do Senado". O senador prega ainda que é preciso "dividir esse tal de ajuste com o andar de cima. Por que dividir só com o andar de baixo?".
Sobre sair do PT, afirma estar "refletindo tudo isso". "Tenho dialogado com inúmeros senadores que estão preocupados e com o olhar além do horizonte. As MPs foram a gota d'água que precisa ser olhada, porque ela pode virar uma tempestade", disse. "As pessoas se sentem enganadas. Esse povo para quem eu dediquei toda a minha vida está se sentindo enganado", complementou o parlamentar.
Questionado se haverá uma "debandada" do PT, como houve quando foi criado o Psol, durante o governo Lula, ele responde: "A Marta (Suplicy) está aí. Há um descontentamento muito grande. No Senado as pessoas estão se sentindo incomodadas e desconfortáveis. Não só com as MPs, mas com o rumo que está sendo dado. Esperamos que a gente consiga avançar no diálogo. Se não avançar, haverá sequelas".
Follow @ThiagoResiste
APOIE O PLANTÃO BRASIL - Clique aqui!
Se você quer ajudar na luta contra Bolsonaro e a direita fascista, inscreva-se no canal do Plantão Brasil no YouTube.