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O governador de Goiás, Marconi Perillo, da legenda PSDB, proferiu discurso exaltado defendendo a presidente Dilma Rousseff e a democracia. O fato se deu ontem, quinta-feira, em Goiânia, quando da presença da presidente em cerimônia para assinatura da ordem de serviço para o início das obras do BRT Norte-Sul, um corredor de ônibus de 21 km de extensão.
Em Goiânia, o protesto do último domingo, dia 15, reuniu 60 mil pessoas segundo as estimativas da Polícia Militar.
Marconi Perillo discursou antes de Dilma e recebeu vaias e gritos da plateia, composta principalmente por apoiadores da presidente. A cidade é administrada por Paulo Garcia, do PT.
"É dispensável dizer que recebi muitos conselhos, presidenta, para não estar aqui", declarou Perillo ao assumir o microfone. "Eu disse que se eu, em todos os momentos, jamais concordei com a intolerância e com as injustiças em relação à presidente, se eu sempre a recebi aqui respeitosamente, não vou temer comparecer a algum evento onde eventualmente alguma claque pode me hostilizar. Venho aqui como governador legitimamente reeleito do Estado de Goiás para receber uma presidente da República que foi legitimamente reeleita e que tem o meu apoio à sua governabilidade”, declarou ele. E foi aplaudido por toda a plateia.
Perillo disse mais. Disse que o Brasil não pode ser “vítima da intolerância, do desrespeito” e que também não pode “ser vítima de minorias que não querem uma democracia onde o republicanismo possa prevalecer”.
Ainda declarou que teve a “coragem” de defender a presidente em muitos momentos dentro do PSDB. Afirmou que, mesmo sendo de um outro partido que “às vezes faz oposição” à ela, ele não faz. “Nunca ninguém ouviu aqui em Goiás uma palavra minha que não fosse de respeito e de reconhecimento ao trabalho de Vossa Excelência", disse.
E foi mais longe no discurso, dizendo ainda que onde estiver continuará a dizer essas coisas sobre Dilma e em seu apoio. “Não me importo com minorias que muitas vezes atuam tão somente com o objetivo de desrespeitar as pessoas. Não à intolerância, pela democracia no Brasil, pelo republicanismo e pelas muitas parcerias que temos hoje e ainda haveremos de ter daqui pra frente", concluiu o tucano.
Dilma, em seu discurso, exaltou parceria com o governador “acima das diferentes filiações partidárias”. "Somos um país democrático, em que a gente disputa durante a eleição. Acabou a eleição, eleitos aqueles que o povo escolheu, a gente passa a governar. Ele, para toda população de Goiás, e eu para toda a população do Brasil. Por isso, os nossos caminhos, governador, sempre se encontraram, porque somos republicanos e democratas", disse Dilma.
A presidente disse ainda que a democracia foi conquistada apesar de "prisões, exílios e mortes", em um processo que "muitas pessoas mais novas não viveram", lembrando as pessoas que participaram dos protestos do último domingo com grupos defendendo a intervenção militar no país.
Como tem feito desde que assumiu, Dilma defendeu o "respeito" à democracia e ao "direito de falar e de ouvir". Pediu ainda tolerância e humildade no diálogo.
"Peço tolerância e peço uma outra questão: diálogo. Porque diálogo implica que a gente olhe o próximo, aquele com quem dialogamos, como uma pessoa igual a nós. Que a gente tenha a humildade de nos colocar a nível de todos e não nos achar nem melhor e nem pior do que ninguém”, disse ela.
A organização do evento isolou o acesso em um raio de cerca de um quilômetro ao redor do Paço Municipal, onde aconteceu o evento. Uma pista da BR-153, que dá acesso ao local, foi bloqueada. Apenas carros e pessoas autorizadas circulavam pelas ruas próximas ao espaço. Também havia tapumes em volta da área de eventos do Paço, impedindo a visão de pessoas de fora. A segurança foi feita pela Guarda Civil Metropolitana, Polícia Militar e Exército.
Segundo a Prefeitura de Goiânia, 3.500 pessoas participaram da solenidade. Algumas pessoas da plateia usavam adesivos com o rosto da presidente.
Um pequeno grupo de manifestantes contra o governo Dilma tentou se aproximar, mas desistiu logo após a chegada da presidente. No horário foi marcado pelas redes sociais um panelaço e buzinaço pelo Movimento Brasil Livre-Goiás, braço local dos revoltados online.
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