DUQUE NEGA CONTATO DE SUA MULHER COM LULA

Portal Plantão Brasil
19/3/2015 14:38

DUQUE NEGA CONTATO DE SUA MULHER COM LULA

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530 visitas - Fonte: Brasil 247

Ex-diretor de Serviços da Petrobras disse que ficaria calado, mas rompeu o silêncio, primeiramente, para negar que sua mulher conhecesse o ex-presidente Lula; deputados cogitaram convocá-la a depor na CPI da Petrobras; depois, Renato Duque disse, na segunda resposta em mais de duas horas de depoimento, que não conhecia o doleiro Alberto Youssef; o depoente, que está preso em Curitiba, declarou hoje que "tem hora de falar e hora de calar, e este é o momento de calar"



O ex-diretor da Petrobras Renato Duque disse, em depoimento à CPI da Petrobras, que não conhece o doleiro Alberto Youssef, que o acusou em delação premiada de receber propinas de empresas contratadas pela estatal.



Foi a segunda vez que Duque respondeu às indagações feitas pelos parlamentares em mais de duas horas de depoimento em que optou por permanecer calado e só falar à Justiça.



Duque foi denunciado por lavagem de dinheiro pelo Ministério Público e é acusado, em diversos depoimentos da Operação Lava Jato, de receber propinas que podem ultrapassar US$ 100 milhões. Ele negou conhecer Youssef, apontado como operador do esquema pelo Ministério Público, ao responder pergunta do deputado Ivan Valente (Psol-SP).



Durante depoimento à CPI, Duque só havia rompido o silêncio para negar que sua esposa conhecesse o ex-presidente Lula. Ele disse isso ao negar notícia publicada em um blog da revista Veja, segundo o qual a esposa dele teria procurado Lula e seu assessor Paulo Okamotto e ameaçado delatar o envolvimento do ex-presidente na corrupção da Petrobras se Duque não fosse libertado.



O ex-diretor da Petrobras também admitiu conhecer o antigo hotel Meridien, no Rio, ao responder pergunta do deputado Otávio Leite (PSDB-RJ). Mas em seguida voltou a dizer que ficaria calado. O hotel foi apontado pelo ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco como local de encontro entre participantes do esquema de desvio de dinheiro da Petrobras.



Antes, mesmo com a decisão de Duque de não responder nenhuma pergunta aos integrantes da CPI da Petrobras, os deputados resolveram prosseguir normalmente com a sessão e registrar as perguntas sem resposta.



A todas elas, Duque afirmou que "por orientação da minha defesa, permanecerei calado". A mesma resposta, com poucas variações, era repetida a cada pergunta dirigida a ele.



O primeiro a perguntar foi o relator da CPI, deputado Luís Sérgio (PT-RJ). Confira algumas das perguntas sem resposta:

- Quem eram seus superiores na Petrobras?

- Houve indicação política para sua diretoria?

- Como eram elaboradas as licitações? Havia vazamento de informações?

- Como as negociações eram feitas?

- Como a Petrobras classificava os fornecedores de itens de alta complexidade?

- Havia favorecimento?

- Havia corrupção na Petrobras como disse Paulo Francis em 1997, quando foi processado pela Petrobras?

- Havia corrupção na Petrobras em 1992, como afirmou a revista Veja na época?

- O senhor conhece o teor dos depoimentos prestados à Justiça Federal, pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa que disse que Nestor Cerveró era muito ligado ao PMDB e que o operador era Fernando Soares?

- É verdade a afirmação de Pedro Barusco de que o senhor recebeu propina de empresas fornecedoras da Petrobras?



O relator também pediu a Duque que comentasse a afirmação de José Sérgio Gabrielli de que a corrupção era atitude individual de diretores da Petrobras e que era impossível saber disso. Luiz Sérgio pediu ainda que Duque comentasse a afirmação de Barusco de que a governança da Petrobras era boa.



Depois de quinze minutos de interrogatório, o deputado José Carlos Araújo (PSD-BA) sugeriu ao relator que as negativas do interrogado fossem consideradas confissões de culpa. O presidente da comissão, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), disse que não poderia interferir nas perguntas do relator.



O presidente da CPI leu para os membros da comissão o trecho da Constituição (artigo 5º) que garante aos acusados o direito de permanecerem calados.



O presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), assinou, na quarta-feira 18, uma suspensão ao ato da Mesa Diretoria, número 82, de 12 de julho de 2006, que proíbe que detentos sejam ouvidos em depoimento na Câmara dos Deputados. A decisão vale apenas para que seja tomado o depoimento de Renato Duque.



Segundo as investigações, Duque transferiu 20 milhões de euros (R$ 70 milhões) da Suíça para Mônaco. Além de Duque, membros da CPI da Petrobras devem ouvir o executivo Julio Faerman, representante da holandesa SBM no Brasil. Faerman é apontado pela Polícia e pela Justiça Federal como lobista responsável por intermediar pagamentos de propina de pelo menos US$ 30 milhões a funcionários da Petrobras.



O presidente da CPI da Petrobras, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), explica em que condição Duque será ouvido pelos deputados: "Na condição de investigado. Ele é réu no processo. Nós temos a expectativa de que possa ajudar nas investigações".



Depoimento de Vaccari



Na terça-feira da semana que vem, depois do interrogatório de Duque, a CPI vai se reunir para votar novos requerimentos de audiência. Vários deles pedem que seja ouvido o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto.



O depoimento é defendido por parlamentares da oposição, como explica o deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA): "Acho fundamental que o tesoureiro do PT, o João Vaccari, que foi denunciado, seja convocado para prestar seus esclarecimentos".

A convocação de Vaccari é dada como certa na CPI. O relator da comissão, deputado Luís Sérgio (PT-RJ), já admite o interrogatório do tesoureiro do PT: "No momento oportuno, este requerimento será avaliado. Na minha avaliação, ele virá à CPI para prestar os esclarecimentos que deve à sociedade brasileira".



Propina de R$ 10 mi



Vaccari também foi apontado pelo vice-presidente da empreiteira Camargo Corrêa, Eduardo Leite, como destinatário de uma propina de R$ 10 milhões na forma de doação oficial ao PT.



Essa linha de investigação lança suspeitas sobre doações oficiais de campanha feitas aos partidos, como explica o deputado Ivan Valente (Psol-SP): "A situação se misturou tanto que 60% dos parlamentares receberam doações das empresas implicadas diretamente no processo da Lava Jato. As pessoas não sabem nem o que é propina nem o que é dinheiro oficial para os partidos ou para os mandatos. Isso é muito grave".



Outros depoimentos



A CPI da Petrobras já decidiu a ordem dos próximos depoimentos. Depois de Renato Duque, serão ouvidos o empresário Júlio Faerman, ex-representante da SBM Offshore (dia 26/03); Glauco Legati, gerente da refinaria Abreu e Lima (dia 31/03); e Hugo Repsold, diretor de Gás e Energia da Petrobras (dia 07/04).



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