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O jornal O Estado de S. Paulo omitiu em matéria publicada na sexta-feira (13) a data em que o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa abriu uma conta secreta na filial do HSBC na Suíça. A reportagem traz detalhes do correntista, como endereço e data de nascimento do delator da Operação Lava Jato, mas esconde o dado que permitiria saber se esquemas criminosos de desvio de dinheiro público poderiam ter se iniciado antes de 2003,período dos governos do PSDB.
O Estadão obteve os dados da conta de Costa por meio do jornal suíço Le Temps. A matéria esclarece que outro investigado na Lava Jato, o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, também teve a ficha vazada no Swissleaks. No caso de Barusco, o jornal revela que a a conta foi mantida entre 1998 e 2005 e, em certo momento, chegou a ter US$ 992 mil.Isso, porém, não é novidade, já que o próprio ex-gerente já confessou.
A pergunta que fica é: se na ficha de Barusco tem o período em que manteve conta, no mesmo banco, com o mesmo padrão de documentação, não haveria também os dados da época na ficha de Paulo Roberto Costa.
O detalhe da omissão do Estadão foi percebido pela jornalista Helena Sthephanowitz, para a Rede Brasil Atual. Segundo escreve, “há um ‘comovente’ esforço de jornais como o Estadão em contar uma estória mal contada de que casos de corrupção na Petrobras só existiram depois de 2004, quando todas as evidências apontam o contrário.”
Segundo a jornalistaeblogueira, a omissão do jornal em informar datas na ficha de Costa em que ele teve conta leva a inevitáveis suspeitas de que outros ex-funcionários da Petrobras já pudessem ter dinheiro escondido lá antes de 2003.
Costa já tinha cargos com poder de decisão na Petrobras, e tocou obras importantes para o interesse de empreiteiras durante o governo FHC, como gasodutos e, mesmo sendo funcionário de carreira, já tinha trânsito político no Partido Progressista (PP) a ponto de ser indicado a dedo pela bancada do partido.
Sthephanowitz diz ainda que força-tarefa da Polícia Federal e do Ministério Público Federal irá a Paris nos próximos dias em busca de dados oficiais contidos no Swissleaks.
A França foi o país onde Hervé Falciani entregou os documentos originais que dispunha e lá ele não é considerado criminoso, diferente da Suíça, que considera furto de dados protegidos por sigilo.
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