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O objetivo é tentar convencer Janot a incluir o senador Aécio Neves (PSDB) na lista de pedidos de abertura de inquérito enviados ao Supremo Tribunal Federal em decorrência da operação Lava Jato. Na sexta-feira passada, o ministro Teori Zavascki arquivou o inquérito contra Aécio por “falta de consistência”.
O tema, que motivou investigação do Ministério Público Federal, voltou à tona com as investigações da operação Lava Jato, quando o doleiro Alberto Youssef, em depoimento, afirmou que o senador Aécio Neves teria recebido propina por meio de Furnas – estatal mineira do setor elétrico. O esquema de Furnas seria para abastecer os cofres de candidatos do PSDB às eleições de 2002, quando Aécio foi eleito governador de Minas.
O deputado Padre João parte de uma premissa para tentar convencer Janot a mudar de ideia. “Por que considerar citações feitas pela mesma pessoa (Youssef) para um caso e para outro, não?”, questiona o petista.
“Em relação à delação premiada, quem está sendo premiada é a pessoa que foi citada e ficou de fora das investigações. É muito importante focar na Lista de Furnas. Aécio foi citado por Youssef e a palavra dele foi considerada em relação a outras citações”, afirma.
O termo de colaboração número 20, que registra a confissão do doleiro no fim do ano passado tem como tema “Furnas e o recebimento de propina pelo PP e o PSDB”, como revelou “O Estado de S.Paulo”. Youssef contou aos procuradores que recolheu dinheiro de propina na empresa Bauruense, prestadora de serviços para Furnas, cerca de dez vezes. Em uma delas, foi informado de que o repasse não seria feito integralmente – faltariam R$ 4 milhões porque “alguém do PSDB” havia coletado essa quantia antes.
Indagado pelos procuradores, Youssef declarou não ter informação de quem havia retirado parte da comissão, mas afirmou “ter conhecimento” de que Aécio teria influência sobre a diretoria de Furnas e que o mineiro estaria recebendo o recurso “através de sua irmã”, segundo o texto literal da delação. O delator disse “não saber como teria sido implementado o ‘comissionamento’ de Aécio Neves”. Procurada pela reportagem, a assessoria de Aécio não respondeu até o fechamento dessa edição.
Esquema
Depoimento. O doleiro Alberto Youssef citou, além de Aécio Neves (PSDB), o ex-deputado José Janene, do PP, morto em 2009, e a empresa Bauruense, que tinha contratos com Furnas.
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