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A decisão do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de aprovar dispositivo que dá direito aos cônjuges de deputados a usar passagens áreas pagas pela Casa, entre seus Estados de origem e Brasília, tem mobilizado as redes sociais.
Antes do meio-dia deste sábado (28) um abaixo-assinado virtual promovido pela Avaaz - organização não governamental (ONG) em prol de causas socais - já contava mais de 200 mil assinaturas. A expectativa é para a meta de 500 mil adesões ser atingida terça-feira (3), e um "telefonaço" seja feito para a presidência da Câmara com objetivo de que a Casa desista de conceder o beneficio.
A ONG também pretende colocar em painéis de destaque os nomes dos deputados que aceitaram o aumento da verba. Outra medida que está em estudo, segundo o coordenador de campanhas da Avaaz, Diego Casaes, é a possibilidade de entregar pessoalmente as assinaturas aos parlamentares.
“É no mínimo um abuso. Em um momento de tantas dificuldades financeiras, em que o próprio Congresso quer votar medidas para diminuir orçamento em ministérios e de outras áreas do governo, como é que eles mesmos aumentam seus benefícios? Não dá para o brasileiro ficar em dificuldade, enquanto deputados legislam sobre seus próprios benefícios”, acrescentou Diego.
'Pacotão'
Anunciado na última quarta-feira (25), o pacote de medidas aprovado pela Mesa da Câmara faz parte das promessas de campanha de Cunha para a presidência da Câmara.
Além da novidade das passagens para cônjuges, o chamado "cotão" (verba indenizatória) teve reajuste de 8%, passando de R$ 27.977,26 para R$ 30.215,44 - o menor valor recebido por deputados, no caso, os do Distrito Federal.
A maior parte é destinada aos deputados de Roraima, e passará de R$ 41.612,80 para R$ 44.941,62.
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