O CARNAVAL DO MERVAL!!. MUITO BOM, RECOMENDO LEITURA.

Portal Plantão Brasil
17/2/2015 18:37

O CARNAVAL DO MERVAL!!. MUITO BOM, RECOMENDO LEITURA.

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1357 visitas - Fonte: Coversa Afiada



O Conversa Afiada reproduz artigo de Paulo Nogueira, extraído do Diário do Centro do Mundo:







O CARNAVAL DO MERVAL: UMA PEÇA EM UM ATO





Rio de Janeiro, Carnaval de 2030. Num apartamento na avenida Atlântica, Merval Pereira e seu neto de sete anos conversam. Destacam-se na parede duas fotos emolduradas finamente: uma é de Merval com seu fardão de imortal. A outra é de Roberto Marinho.



O neto: “O que é isso, vovô? Me deram na escola.” O garoto segura uma máscara de Carnaval com o rosto do avô.



Merval disfarça a surpresa: “Uma homenagem que fizeram ao vovô em 2015, muito antes de você nascer.”



O neto: “Por que você foi homenageado, vovô?”



Merval, rápido: “Porque eu era um jornalista muito amado.”



O neto: “Amado pelo povo! Que bom, vovô. Por que o povo amava você?”



Merval: “Porque eu defendia o povo nas coisas que eu escrevia e dizia.”



O neto: “Onde o senhor escrevia, vovô?”



Merval: “No Globo.”



O neto: “Globo? Que é isso?”



Merval: “Um jornal. Era um jornal.”



O neto: “Jornal. O que é isso?”



Merval: “Era onde as pessoas liam notícias antes de você nascer. No papel.”



O neto: “Papel. O que é isso?”



Merval se ergue e pega, no escritório, um exemplar de sua coleção: “É isso aqui.” E passa para o garoto.



O neto: “Por que não fazem mais isso, vovô?”



Merval, com um esgar de repulsa: “Por causa daquela ruim. A internet.”







O menino, recém-alfabetizado, começa a folhear o jornal: “Onde o senhor escrevia?”



Merval mostra a ele uma coluna sua. Nela, atacava a taxação das grandes fortunas e defendia o financiamento privado das campanhas.



O neto: “Ah, aqui que o senhor protegia os pobres, vovô?”



Merval: “Exatamente.”



O neto: “O senhor lê para mim então isso que escreveu pelos pobres?”



Merval: “Amanhã, sem falta.”



O neto vê o nome do dono do jornal.



“Quem é esse?”



Merval explica.



O neto: “Ele também defendia os pobres, vovô?”



Merval: “Claro. Ele e toda a família. Sempre.”



O neto: “Fizeram máscara de Carnaval para ele também?”



Merval: “Hmmm. Não que eu lembre. Mas merecia.”



O neto: “O que ele fez pelos pobres?”



Merval pensa em alguma coisa: “Criou o Bolsa Família e o décimo terceiro.”



O neto: “Décimo terceiro?”



Merval: “Um salário a mais para os trabalhadores.”



O neto parece impressionado. Merval não está muito confortável com a conversa. Quer acabar logo com ela: “Agora vamos para a rua para aproveitar o Carnaval.”



O neto: “Posso ir de máscara?”



Merval: “Hmmm. Não. Vovô quer comprar uma máscara nova para você.”



O neto: “Do Lula?”



Merval: “Não, não. Esse não.”



O neto: “Por quê? Ele era ruim para os pobres?”



Merval: “Era. A gente escolhe uma máscara na hora, na rua.”



O neto, olhando para a máscara do avô: “Por que as lágrimas, vovô?”



Merval: “Porque … porque o vovô ficou emocionado com a homenagem.”



O neto, antes que os dois fossem para a rua: “Vou contar tudo isso na escola amanhã.”



Merval, incisivo: “Melhor não, meu filho. Devemos ser modestos, humildes. Guarde tudo isso apenas para você. Vou contar uma última. Aquele ficou conhecido como o Carnaval do Merval.”



O garoto sorriu.



E então avô e neto foram festejar o Carnaval de 2030.



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