OS ALVOS DE DIDA: BALANÇO, COMITÊS E FORNECEDORES

Portal Plantão Brasil
9/2/2015 14:19

OS ALVOS DE DIDA: BALANÇO, COMITÊS E FORNECEDORES

0 0 0 0

949 visitas - Fonte: Brasil 247

O novo presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, conhecido como Dida, tem três prioridades máximas à frente da estatal; a primeira, óbvia, é fechar o balanço com as perdas da Operação Lava Jato e retomar uma situação de normalidade financeira; a segunda é instituir novos critérios de governança, seguindo padrões como os do Banco do Brasil, onde todas as decisões são colegiadas em comitês que envolvem vários diretores; a terceira, e uma das mais importantes, é normalizar a situação dos fornecedores, como a Sete Brasil, que tem ampla repercussão na cadeia produtiva do setor naval; como disse na festa de 35 anos do PT, a presidente Dilma Rousseff não irá abandonar a política de conteúdo nacional no petróleo



Entre os muitos desafios de Aldemir Bendine à frente da Petrobras, três são vistos como principais e prioritários. O primeiro deles será o fechamento do balanço da estatal contabilizando as perdas em decorrência dos atos de corrupção descobertos na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, a fim de retomar uma situação de normalidade financeira e passar pelo ano de 2015 sem recorrer ao mercado.



No balanço não auditado do terceiro trimestre de 2014, apresentado pela empresa no dia 28 de janeiro, com atraso de dois meses, não foram considerados os prejuízos causados pela corrupção. A então presidente da estatal, Graça Foster, afirmou no documento ser "impraticável" quantificar os desvios. Um dia depois, em entrevista coletiva, a executiva declarou que as perdas podem ser ainda maiores caso surjam novas denúncias.



Outro tópico prioritário na relação de alvos de Dida, como é conhecido Bendine, é voltado para a gestão: instituir novos critérios de governança na petroleira, seguindo padrões como os do Banco do Brasil, onde todas as decisões são colegiadas em comitês que envolvem vários diretores. Neste cenário, os diretores teriam menos autonomia, sem poder para tomar grandes decisões sozinhos, mas sim compartilhando-as sempre nos comitês.



A terceira prioridade, e uma das mais importantes, é normalizar a situação dos fornecedores, como a Sete Brasil, que tem ampla repercussão na cadeia produtiva do setor naval. A empresa foi criada pela Petrobras para coordenar a construção de navios-sonda para águas profundas. Seu colapso, como noticiou o 247 neste domingo 8, pode custar 150 mil vagas e ainda um rombo de R$ 28 milhões.



Caso a empresa quebre, a tendência é que diversos estaleiros que dela dependem também afundem. O socorro à companhia estava sendo acertado com o BNDES e o Banco do Brasil, mas foi adiado depois que o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco revelou, em delação premiada, que chegou a receber propinas de empreiteiras também durante o período em que dirigia a empresa. Seu fechamento terá um efeito dominó no setor, gerando uma onda de calotes em toda a cadeia da nova indústria naval brasileira.



Ainda em relação aos fornecedores, o novo comando da Petrobras já determinou uma mudança: foi publicado no Diário Oficial da União desta segunda-feira 9 uma alteração no texto do manual que rege as contratações de seus fornecedores de bens e serviços.



A alteração do item 4.6.2 especifica agora que o Guia de Conduta, aprovado em 19 de novembro do ano passado pela antiga diretoria da empresa, também se aplica à relação com esses fornecedores. "A Petrobras e as empresas fornecedoras de bens ou prestadoras de serviços devem respeitar as disposições contidas no Código de Ética do Sistema Petrobras, no Guia de Conduta da Petrobras e na Política de Responsabilidade Social da Petrobras", diz o texto atual, que antes não fazia referência ao Guia de Conduta.



A escolha de Aldemir Bendine não foi bem recebida pelo mercado – o Ibovespa encerou o pregão com perdas de 0,90% na sexta-feira, puxado pelas ações da Petrobras, que fecharam em queda de 7% - nem por setores do PT. Na opinião de um parlamentar petista, o mercado não viu no nome escolhido por Dilma o "choque de credibilidade" de que a companhia precisa.



O jornalista Paulo Moreira Leite, diretor do 247 em Brasília, minimizou em artigo neste fim de semana, porém, as quedas na Bolsa de Valores: "Do ponto de vista dos mercados, só interessava um presidente capaz de encaminhar medidas privatizantes no futuro da empresa — e até a mudança no controle, se fosse possível". Segundo ele, Bendine é o presidente ideal para equacionar a questão do balanço pendente e preservar a política de conteúdo nacional.





APOIE O PLANTÃO BRASIL - Clique aqui!

Se você quer ajudar na luta contra Bolsonaro e a direita fascista, inscreva-se no canal do Plantão Brasil no YouTube.



O Plantão Brasil é um site independente. Se você quer ajudar na luta contra o golpismo e por um Brasil melhor, compartilhe com seus amigos e em grupos de Facebook e WhatsApp. Quanto mais gente tiver acesso às informações, menos poder terá a manipulação da mídia golpista.


Últimas notícias

Notícias do Flamengo Notícias do Corinthians