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Ministro das Relações Institucionais voltou a dizer que as CPIs perderam protagonismo e avaliou que elas têm sido usadas como instrumento de disputa política; para ele, órgãos como o Ministério Público Federal, a Controladoria-Geral da União e a Polícia Federal têm sido mais efetivos no combate a crimes contra a administração pública; o ministro também disse que o depoimento do tesoureiro do PT João Vaccari Neto "não cria constrangimento algum" para o governo
O ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Pepe Vargas, disse hoje (5) que a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras na Câmara não preocupa o governo. O ministro voltou a dizer que as CPIs perderam protagonismo e avaliou que elas têm sido usadas como instrumento de disputa política.
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), leu hoje (5) no plenário o ato de criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras.
Para Vargas, órgãos como o Ministério Público Federal, a Controladoria-Geral da União e a Polícia Federal têm sido mais efetivos no combate a crimes contra a administração pública.
"Sempre disse que as comissões parlamentares de inquérito, em função do novo protagonismo dos órgãos que combatem a corrupção, perderam aquele protagonismo que tinham no passado, até porque as regras agora são diferentes. Uma pessoa pode chegar lá para o depoimento, ficar calada e não acontece nada", disse a jornalistas após participar da posse de Mangabeira Unger na Secretaria de Assuntos Estratégicos.
"Não temos problema nenhum com órgão nenhum que queira fazer isso [investigar]. O que acontece é que as CPIs têm servido mais como um instrumento de disputa política do que para efetivamente fazer investigação", acrescentou Pepe Vargas.
A CPI será composta por 26 membros titulares e suplentes, divididos proporcionalmente entre os blocos. Ontem, o líder do PT na Câmara, Sibá Machado, adiantou que, com a maior bancada da Casa, o partido vai pleitear a presidência ou a relatoria da comissão.
Depoimento à PF de tesoureiro do PT não cria constrangimento, diz ministro
BRASÍLIA (Reuters) - O ministro das Relações Institucionais, Pepe Vargas, afirmou nesta quinta-feira que não causa "constrangimento" para o governo a condução do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, para depoimento compulsório em operação da Polícia Federal que investiga esquema de corrupção na Petrobras.
O ministro acrescentou, no entanto, que o partido deverá tomar providências se for comprovado o envolvimento de qualquer de seus membros no caso. Procurado, o PT disse que não vai se manifestar sobre a condução de Vaccari para prestar depoimento.
"Para o governo, não cria constrangimento algum", disse Vargas a jornalistas, após cerimônia no Palácio do Planalto.
"Se houver algum envolvimento de alguma pessoa do PT, o PT vai ter que tomar as atitudes que têm que ser tomadas. Vamos aguardar o desdobramento desses episódios."
Vaccari foi levado nesta quinta-feira pela Polícia Federal para prestar depoimento como parte de nova fase da Operação Lava Jato, informaram autoridades responsáveis pela investigação.
A PF deu início na manhã desta quinta-feira a mais uma etapa da operação, que investiga lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos, principalmente em contratos e obras da Petrobras.
Cerca de 200 policiais federais, com apoio da Receita Federal, cumprem 62 mandados judiciais, incluindo prisões e busca e apreensão, em São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Santa Catarina, informou a PF em nota.
Fases anteriores da Lava Jato resultaram nas prisões dos ex-diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa, Renato Duque e Nestor Cerveró, e de altos executivos de importantes empreiteiras do país.
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