1315 visitas - Fonte: ig
Câmara dos Deputados/Gustavo Lima
O senador Renan Calheiros: favorito, ele afirma contar com 55 votos de colegas no Legislativo.
Uma eleição que até poucos meses era tratada com tranquilidade pelo Planalto e seu principal aliado, o PMDB, ganhou novos contornos na reta final da campanha pela Mesa Diretora do Senado. A receita era simples: o PMDB realizava seu processo de maturação interna para oferecer o nome de Renan Calheiros (RN) para disputar mais um mandato como presidente do Senado como nome oficial do partido.
Mas se a disputa no Senado sempre contrastou com a da Câmara devido à aparente calmaria, articulações recentes transformaram o cenário, tornando-o incerto. Vitaminado pela oposição e por correntes não muito fiéis dentro da base, o ex-governador de Santa Catarina Luiz Henrique (PMDB) resolveu entrar no páreo, criando problemas para seu partido.
Apesar do apoio esmagador recebido por Renan após reunião com a bancada do PMDB, na tarde de sexta-feira (30), senadores do partido não saíram do encontro transbordando otimismo, tampouco favoritismo. Todos sabem que numa votação secreta a última coisa que se espera é um resultado previsível, dadas as condições. "Há 20% de traição em toda a eleição parlamentar na face da Terra", disse o senador Roberto Requião (PMDB-PR), para quem a disputa deste domingo será "dura".
A avaliação de Requião não é feita com base só em pessimismos. Fora a possibilidade aventada pelo senador paranaense a respeito de traições, Luiz Henrique já recebeu apoio de PSB, PDT, PSDB, PP, PSOL e DEM. Juntos, esses partidos terão 34 senadores na legislatura que começa neste domingo.
Leia mais:
Renan Calheiros é indicado por ala do PMDB para presidir Senado
Além deles, Luiz Henrique deverá contar com o voto de quatro senadores da bancada do PMDB – incluindo o seu próprio: Ricardo Ferraço (PMDB-ES), Waldemir Moka (PMDB-MS) e Dário Berger (PMDB-SC). Se tudo ocorrer desta forma, o catarinense contabilizará 38 votos, faltando apenas três para derrubar os planos de reeleição de Renan. Para ser empossado, o candidato precisa de 41 votos, a maioria simples, em um Senado com 81 legisladores.
Agência Senado
Se colegas cumprirem apoio, Luiz Henrique pode chegar bem perto dos 41 votos necessários
Traições
Enquanto Luiz Henrique esbanja confiança, impulsionada pela empolgação dos apoios recebidos nos últimos dias, Renan e seu grupo apostam nos próprios números, trabalhando com a possibilidade de obter 55 votos. Essa conta tem dois eixos principais nos cálculos de Calheiros. Primeiro, assegurar que não será traído pelo PT. Segundo, garantir que apoiadores de Luiz Henrique traiam o catarinense. Daí se estabelece uma guerra de bastidores que pode ser sintetizada pelo encontro que os dois tiveram na última quinta-feira (29).
A portas fechadas e de acordo com quem presenciou o diálogo, Renan e Henrique se trataram de forma cortez na ocasião, mas a troca de palavras teve seus picos de embate.
Em dado momento, Luiz Henrique disse a Renan que nunca havia perdido uma eleição e que não perdeira esta. A resposta do atual presidente do Senado, ouvida por testemunhas, deu o tom do clima: “Pois eu já perdi eleição e sei como é. Por isso posso dizer que esta eu não vou perder".
Fora das quatro paredes, Renan também deu declarações que demonstram sua insatisfação com o correligionário. “O Congresso não caminha por projetos pessoais, por candidatura avulsas”, disse o senador ao deixar a reunião em que seu nome foi oficializado como o representante do PMDB na disputa.
Follow @ThiagoResiste
APOIE O PLANTÃO BRASIL - Clique aqui!
Se você quer ajudar na luta contra Bolsonaro e a direita fascista, inscreva-se no canal do Plantão Brasil no YouTube.