3724 visitas - Fonte: democraciapolitica
A controvertida privatização da Eletropaulo em 1998 [pelo governo PSDB/FHC], já resultou em uma CPI e várias ações populares que serão julgadas pela Justiça. Os benefícios para os usuários não ficaram evidentes. A compra foi por parte da companhia norte-americana AES e foi parcialmente financiada pelo BNDES, totalizando R$ 2 bilhões; uma nova reavaliação constatou que a empresa deveria ser vendida por algo em torno de R$ 22 bilhões. Ou seja, a AES comprou [com generosa e gratuita (?) redução de 90% no preço] uma propriedade do Estado brasileiro, com o dinheiro do Estado brasileiro, e não pagou a dívida - pois o banco nacional converteu US$ 1,3 bilhão de dívidas em ações e debêntures- e os norte-americanos ainda ficam com o lucro [tucanos sempre foram bonzinhos com eles].
São Paulo, que tinha [e continua até hoje com] governo tucano, foi um dos estados em que a privatização foi amplamente utilizada. O Programa Estadual de Desestatização (PED) era presidido pelo atual governador Geraldo Alckmin, que foi poupado na CPI. A Eletropaulo tornou-se AES/ELETROPAULO, uma das empresas da "The AES Corporation". A empresa manda boa parte do lucro para a matriz nos EUA, demitiu metade dos funcionários brasileiros quando assumiu a administração, e pouco investiu para melhorar a qualidade dos serviços.
“ São Paulo foi o maior laboratório de privatização do Brasil, sob o comando do atual governador que presidia o PED. Ele "vendeu" [praticamente doou "sem visar benefícios próprios ou para o PSDB"] empresas de energia, estradas, trens e metrôs, parte da SABESP... E todos esses serviços estão defasados”, declarou Jose Bitelli, diretor do Sindicato dos Eletricitários de São Paulo.
Na CPI da Eletropaulo, cujo relatório final saiu em 2008, João Batista Serroni de Oliva, Coordenador do Grupo de Trabalho para a reavaliação patrimonial, escreveu: “o processo de avaliação e privatização da Eletropaulo foi feito por um método que, para nós engenheiros, não retrata o valor patrimonial em função das suas instalações, de seus equipamentos (...). Então, na nossa avaliação, entendemos sim que esse processo deveria ter passado por um processo de avaliação de engenharia”.
Ou seja, não foi feita a correta avaliação do valor da companhia, o que pode enquadrar a multinacional na "Lei de Improbidade Administrativa" (Lei 8.29/92). A ação civil, ajuizada pelo Ministério Público Federal, acusa ex-dirigentes do BNDES de cometer o ato na concessão e execução de empréstimos [sem a devida garantia], causando prejuízo ao patrimônio publico federal. O processo é contra o comando econômico do PSDB, Luiz Carlos Mendonca de Barros ex-presidente do BNDES e Andrea Sandro Calabi, atual Secretário da Fazenda do [governo tucano do] Estado de São Paulo.
Foi no governo do presidente Fernando Collor de Mello (1990-1992) que o Brasil viu nascer seu primeiro programa de privatizações, com a criação do Programa Nacional de Desestatização (PND). As privatizações no Brasil refletiam a ideologia neoliberal, tendência nos anos 90.
Durante os dois governos do presidente Fernando Henrique Cardoso/PSDB (1995-2002) as privatizações ganharam fôlego redobrado, com a "oferta" [por valores ínfimos] de estatais de peso em setores chaves como telecomunicações, energia e siderurgia. O programa visava "melhorar a produtividade da economia", "ampliar o acesso da população a serviços como os de telefonia" e fazer dinheiro. Para criar bases sólidas para as licitações, o governo federal fez várias articulações políticas e desenvolveu um modelo financeiro que incluiu os Estados no programa, através de transferências de recursos do caixa da União. CTB"
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