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Intervenções feitas pelo ex-diretor da área Internacional da Petrobras, como recomendações em relatórios que eram levados à diretoria executiva da estatal, provocaram um aumento de US$ 100 milhões no valor dos navios-sonda adquiridos da Samsung Heavy Industries; compra superfaturada dos navios e suspeita de pagamento de propina a funcionários públicos na negociação foram alguns dos motivos para que o Ministério Público Federal denunciasse Nestor Cerveró por corrupção e decretasse sua prisão preventiva
Intervenções feitas pelo ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró em relatórios referentes à compra de navios-sonda adquiridos pela estatal da Samsung Heavy Industries geraram uma elevação de US$ 100 milhões nos preços.
Cerveró fazia recomendações em relatórios sobre a compra que eram levados à diretoria executiva da estatal, informou neste sábado 31 reportagem do jornal O Globo, que teve acesso a documentos sobre a compra.
A suspeita de pagamento de propina a funcionários públicos fez com que Cerveró fosse denunciado pelo Ministério Público Federal por corrupção e um dos motivos para que fosse decretada sua prisão preventiva pelo MPF.
A compra foi feita em 2006. No início do ano, a Samsung apresentou o valor de US$ 551 milhões como proposta para construir um navio-sonda. Diante do pedido de Cerveró por "melhorias funcionais", o custo do projeto foi elevado em US$ 35 milhões.
Novas melhorias foram pedidas posteriormente pelo então diretor da petroleira, voltando a elevar o custo do projeto. Apenas em dezembro de 2006 a Petrobras informou à fornecedora que precisaria de um segundo navio-sonda.
De acordo com os documentos, a estatal já sabia que precisaria adquirir dois navios, mas realizou duas operações de compra em vez de tentar negociar o preço com a Samsung.
Para o MPF, Cerveró e o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, teriam pago US$ 40 milhões em propina na compra dos navios-sonda. Os documentos sobre o caso serão incluídos no processo contra o ex-diretor a pedido do juiz Sérgio Moro, da Operação Lava Jato.
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