O ESTADÃO DESCOBRE A EMERGÊNCIA DA ÁGUA EM SÃO PAULO, AFINAL

Portal Plantão Brasil
26/1/2015 14:58

O ESTADÃO DESCOBRE A EMERGÊNCIA DA ÁGUA EM SÃO PAULO, AFINAL

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3173 visitas - Fonte: Tijolaço

Em ótima matéria dos repórteres Ragfael Italiani e Fabio Leite, o Estadão quase chega ao ponto de assumir que São Paulo não vive uma situação grave em termos de abastecimento d’água mas, sim, uma situação desesperadora.



Diz que, na previsão feita em outubro, a Sabesp 3, afirma que haveria “um déficit de 50,1 bilhões de litros de água no sistema ao fim de abril. Isso quer dizer que, pela projeção mais pessimista feita à época, o Cantareira não recuperaria tudo o que já havia sido utilizado dos 182,5 bilhões de litros do primeiro volume morto”.



Essa previsão, diz o jornal, estimava como parâmetro o pior cenário de chuvas já registrado, o de 1953.



Só que a situação é pior, muito pior, como você vê nas curvas de vazão afluente do Cantareira.



Registra a reportagem que de outubro para cá, entraram nos reservatórios 151,1 bilhões de litros a menos de água do que era esperado pela Sabesp.



Portanto, em números redondos, 150 bilhões mais os 50 bilhões do déficit inicialmente previsto, são 200 bilhões de litros de déficit, isso se chover em fevereiro, março e abril tanto quanto naquele ano da seca de 1953.



Ruim?



Espere.



Para isso acontecer, é preciso que o Cantareira pare de cair, como vem caindo quase todos os dias e “ganhe” mais 36 bilhões de litros do que tem hoje.



Porque está 236 bilhões de litros “abaixo do zero normal”, sem bombeamento.



A 55 milhões do fim da “segunda cota”, uma invenção que rendeu mais 100 bilhões de litros.



E para entrar na terceira cota, porque, mesmo restando água no reservatório do Jacareí, ela não pode ser bombeada na velocidade necessária ao sistema e, por isso, o reservatório do Atibainha, de onde vem esta terceira cota, terá de ser drenado antes do fim do uso daquele reservatório.



No dia 21, quando este blog disse o que diz hoje o Estadão, o Atibainha estava apenas 65 centímetros acima da marca autorizada pela Agência Nacional de Águas para o fim da segunda cota. Hoje, está a 38 centímetros, isso porque no sábado houve uma chuvarada na sua área de captação e o volume de água foi muitíssimo superior ao “normal” (de fato, anormal) que se vem registrando.



Claro que pode ocorrer um “milagre” e chover mais.



Mas nem um milagre resolverá, não no grau a que se permitiram que chegassem as coisas.



É possível que se evite o esgotamento total das represas até o fim do verão, embora a cada dia isto esteja sendo mais difícil.



Porque o fundo do funil chegou.



Já não adianta mais falar em percentagem dos reservatórios.



É o mesmo que discutir “fluxo de caixa” quando você não sabe quando e quanto São Pedro irá lhe pagar e restam a você algumas moedinhas no fundo do bolso e ainda aquelas que você pode encontrar perdidas em alguma gaveta.



Geraldo Alckmin não tem culpa pela falta de chuvas, é obvio.



E, mesmo que se tivessem feito o planejamento e as obras necessárias, a seca ainda assim seria grave.



Mas o governo paulista e a imprensa têm uma culpa indesculpável.



A de mentirem e omitirem à população.



A verdade é algo que tem de ser dito, ao menos na esfera pública, chova ou faça sol.



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