PETROBRAS EXPLICA A ARTICULISTA OPERAÇÕES REALIZADAS NA ÁFRICA

Portal Plantão Brasil
26/1/2015 13:00

PETROBRAS EXPLICA A ARTICULISTA OPERAÇÕES REALIZADAS NA ÁFRICA

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917 visitas - Fonte: Jornal GGN

Ontem, domingo (25), o jornalista Elio Gaspari assinou artigo nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo, afirmando que, em julho de 2013, a Petrobras vendeu ao banco BTG Pactual metade de suas operações em campos de petróleo em países da África. “O coração do negócio estava em dois campos da Nigéria (Akpo e Agbami), dos quais a empresa tira uma produção de 55 mil barris/dia, 60% de todo o petróleo que o Brasil importa, ou 25% do que refina”, afirmou Gaspari.



Ainda ontem, a Petrobras respondeu, em nota, às afirmações do jornalista. “Não está correta a informação de que a produção de Akpo e Agbami correspondem a 60% do que o Brasil importa e 25% do que refina. O Brasil atualmente importa cerca de 380 mil bpd e refina cerca de 2.100 mil bpd de petróleo, portanto os números corretos são 14% e 2,5%, respectivamente”.



No artigo, Elio Gaspari, trata a operação como uma internacionalização da Petrobras nos anos de gestão tucana e como uma posterior privatização conduzida pelo PT. “Aquilo que no século passado foi uma ideia de ampliar os interesses da empresa em terras estrangeiras resultou numa privatização de metade da sua operação africana. Acertou-se também que ela continuaria sob o logotipo da Petrobras, apesar de a estatal só ter metade do negócio. A presidência da empresa e a diretoria comercial seriam ocupadas rotativamente pelo BTG e pela Petrobras, a cada dois anos. O diretor financeiro da subsidiária seria nomeado pelo banco, e o diretor operacional sairia da estatal. Se a Petrobras tivesse liquidado alguns micos ou operações menores, tudo bem, mas ela vendeu metade de sua participação em terras d'África, especificamente a de dois campos nigerianos estrategicamente valiosos. Fez isso com relativa pressa, pois o negócio deveria ser concluído em 2013”.



A estatal responde, confrontando o contexto da época ao atual: “A Petrobras decidiu internacionalizar-se no final da década de 90, porque não havia expectativas de contar com suficientes reservas de óleo e gás no Brasil para garantir o suprimento do País. Com a descoberta do Pré-sal, intensificou ali a exploração e produção, descobrindo vários campos gigantes– situação oposta a que levara a companhia à internacionalização. A área do Pré-Sal passou a demandar vultosos investimentos e a oferecer produtividade excepcional. Como faria qualquer companhia de petróleo, a Petrobras mudou seu enfoque de internacionalização para o de concentração de investimentos no Brasil. Dessa forma, seus negócios em todo o mundo foram reavaliados”.



E continua. “O artigo não menciona que a principal motivação da formação da Joint Venture na África foi viabilizar o desenvolvimento do campo de Egina, na Nigéria, que exigiria investimentos da ordem de US$ 3 bilhões. Sem a formação de uma JV e sem possibilidade de captar recursos deste montante via novo financiamento no mercado, as alternativas para a Petrobras viabilizar o desenvolvimento de Egina seriam a saída total do campo de Agbami, ou ainda a diluição de sua participação no campo de Akpo, na Nigéria. Portanto a formação da JV foi, sem dúvida, a melhor alternativa para a Petrobras, assegurando sua permanência estratégica na África”.



“O artigo também não cita que as operações da Petrobras na África envolviam não apenas os campos em produção na Nigéria de Akpo e Agbami, mas também ativos exploratórios de alto risco nos países: Benin, Gabão, Namíbia, Angola e Tanzânia. Desde a formação da JV, as atividades exploratórias já consumiram investimentos da ordem de US$ 250 milhões na perfuração de quatro poços, que não resultaram em descobertas de hidrocarbonetos, ou seja, poços secos”.



A Petrobras afirma, ainda, que procurou outras empresas com atuação em óleo e gás, além de empresas financeiras, para participar do processo competitivo, inclusive a Chevron, que respondeu não ter interesse, naquele momento, em aumentar sua posição em todos os ativos na África.



Elio Gaspari fala sobre uma lei nigeriana que diminuiria o valor dos campos. “Uma nuvem preta pairava sobre os marcos regulatórios da Nigéria (onde estão Akpo e Agbami). O consultor financeiro da Petrobras estimou que, com a entrada em vigor de uma lei nova e ruim, valeriam US$ 3,4 bilhões, ou US$ 4,5 bilhões sem ela. O banco BSC estimou essas mesmas cifras. Sem considerar o eventual impacto da lei ruim, segundo uma publicação da consultoria Wood Mackenzie, valeriam até US$ 4 bilhões, e para outra, da IHS, só o campo de Akpo valeria pelo menos US$ 3,6 bilhões. Endireitando-se o rabo da porca: com o barril de petróleo a US$ 100, o ano de 2014 acabou-se e até hoje a lei ruim não entrou em vigor”.



A isso, a Petrobras diz: “O termo ‘lei ruim’ usado pelo autor refere-se à PIB (Petroleum Industry Bill) da Nigéria, que está em tramitação. A Nigéria discute a modificação de seu marco regulatório do petróleo sem que haja, ainda, certeza sobre o seu texto final, início da sua aplicação e impactos nos negócios. Essa indefinição traz incerteza aos negócios locais e, assim, empresas internacionais vêm postergando seus investimentos. As propostas recebidas consideravam que o sócio compartilharia com a Petrobras os riscos do PIB. A proposta do BTG de US$ 1,5 bilhão, por 50% da JV, estava dentro da faixa de valor da avaliação interna da Petrobras e foi considerada justa pelo assessor financeiro Standard Chartered Bank”.



O artigo afirma: “Durante o tucanato a Petrobras expandiu seus interesses na África, comprando parte dos campos nigerianos de Agbami e Akpo. O comissariado vendeu metade desse negócio”.



A Petrobras rebate: “As operações de desinvestimentos são uma fonte importante de recursos. Todas as empresas no mundo consideram como uma das fontes de recursos as operações de desinvestimentos, que envolvem requisitos de sigilo e confidencialidade e têm como benefício a antecipação do fluxo de caixa futuro dos ativos desinvestidos, bem como, no caso de formação de parcerias, o compartilhamento dos riscos e dos investimentos necessários para continuidade das atividades”.



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