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Depois de obter a reeleição em primeiro turno, no ano passado, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) enfrentará seu grande teste dentro de alguns meses quando o Cantareira poderá estar completamente seco; na tentativa de evitar o colapso completo, o tucano prepara o uso de uma terceira cota do volume morto do sistema, o que encontra ressalvas entre especialistas; já as chuvas ainda estão abaixo da média; tudo isso tende a afetar negativamente a popularidade do governador à medida que a população se informar melhor sobre o tema; agravamento da crise hídrica poderá abalar o principal projeto futuro de Alckmin: sua segunda tentativa de chegar à presidência do país
O governador Geraldo Alckmin (PSDB), reeleito em 2014, para comandar por mais quatro anos o Estado de São Paulo, está diante de um grande problema: a escassez de água. Provavelmente, muito em breve, o Sistema Canteira secará por completo, o que tende a dificultar ainda mais o fornecimento de água no Estado. Além das previsíveis consequências do desabastecimento, este quadro influencia negativamente a popularidade de Alckmin, o que tem efeito direto sobre os seus projetos eleitorais futuros. Reeleito ainda no primeiro turno, o tucano é o nome mais vistoso do PSDB para enfrentar o PT em nova disputa presidencial em 2018. Mas antes da nova eleição chegar, a crise da água se impõe como um teste à capacidade do governador de São Paulo.
O prolongamento do problema tende a deixar marcas duras na popularidade de Alckmin. As medidas que ele toma agora são vistas pela população como tardias, especialmente porque ele já não tem espaço para prevenir os danos. Apenas tentará minimizá-los enquanto a chuva não vem. Na tentativa de evitar o colapso completo, o governador tucano prepara o uso de uma terceira cota do volume morto do Sistema Cantareira, que vai obrigar a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) a bombear água também para o interior paulista, algo nunca antes imaginado por gestores e especialistas em recursos hídricos. A medida, que é paliativa, ainda precisará de aval dos órgãos reguladores.
A situação em São Paulo está muito pior do que o governo estadual esperava. As previsões de que as chuvas seriam dentro da média até fevereiro simplesmente não estão se concretizando. Já se passou da metade de janeiro e choveu apenas 20% do esperado para o mês. O nível dos reservatórios, que deveria estar subindo no mês de chuvas, continua caindo: o Sistema Cantareira está com apenas 6,3% de sua capacidade, isso contando as duas cotas de volume morto. O governo de São Paulo precisará de muito mais do que medidas paliativas para resolver esse problema.
Alckmin sabe do peso dessa situação. A maior força econômica e populacional do país está diante de uma crise que terá consequências no mercado. Até porque é lá, mais do que de qualquer outro lugar, a concentração da indústria – parcela mais atingida da economia – e quase toda a finança, que vive de intermediar capital externo.
O que conta como favorável ao governador é a desinformação da população do Estado, que credita ao governo federal e à prefeitura de São Paulo a maior parte da culpa pela falta de água. 53% acham que Dilma Rousseff e Fernando Haddad também têm responsabilidade com a crise hídrica. Também foi positivo ao tucano, especialmente no período eleitoral, o antipetismo em seu Estado para impedir que a falta de água lhe tirasse a reeleição. No entanto, a tendência é que diante do agravamento do problema, a sociedade compreenda melhor o quadro e cobre de quem é realmente a responsabilidade a resolução do problema. Conseguir superar este momento será vital ao projeto presidencial do tucano.
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