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Homem lê a nova edição do jornal Charlie Hebdo em Nice, França. Capa gerou protestos entre a população muçulmana
Cinco pessoas morreram neste sábado, em Niamei, capital do Níger, em violentos protestos contra a charge do profeta Maomé na capa do jornal satírico francês "Charlie Hebdo" - anunciou o presidente nigerino, Mahamadou Issoufou.
"Em Niamei, o balanço é de cinco mortos, todos civis, entre eles quatro mortos em igrejas e bares", declarou Issoufou, acrescentando que o corpo de uma vítima foi encontrado "carbonizado em uma igreja", neste sábado de manhã, em Zinder.
Com isso, subiu para cinco o número de vítimas fatais das manifestações que aconteceram sexta-feira, em Zinder, também contra o "Charlie".
Além de igrejas e outros lugares de culto, bares, hotéis e lojas pertencentes a não muçulmanos também foram alvo de vandalismo dos manifestantes.
Um morador disse à AFP que Niamei, onde os distúrbios foram contidos, teve um "dia infernal". Uma fonte de segurança ocidental relatou que cerca de dez igrejas foram "queimadas e vandalizadas". Já uma testemunha local contou que duas igrejas foram incendiadas no lado direito da cidade, enquanto um jornalista da AFP constatou que oito templos foram atacados na esquerda.
"Os que depredam esses lugares de culto, que profanam esses lugares, que perseguem e matam seus compatriotas cristãos, ou estrangeiros que vivem em nosso país, não entenderam nada do Islã", denunciou o presidente.
"Sabiam que, comportando-se desse jeito, incitam as populações dos países onde os muçulmanos são minoria a profanar e a destruir as mesquitas? Sabiam que aumentam o preconceito contra nossos inúmeros compatriotas que vivem em países de maioria cristã?", questionou.
Ele convidou os muçulmanos nigerinos a "continuarem o exercício de sua fé na tolerância, no respeito à [fé] dos outros", como "pedimos aos outros para respeitarem nossa fé".
Uma investigação foi aberta sobre essa onda de violência, anunciou o presidente, garantindo que os responsáveis por essas "manifestações selvagens" serão "identificados e punidos conforme à lei".
"Lanço a todos um apelo à calma. Quero pedir que se afastem dessas agitações. Peço a vocês que contribuam para preservar a paz e a tranquilidade, pela qual tanto nos invejam, completou.
Ulemás pedem calma
Em pronunciamento na televisão pública, cerca de 20 ulemás, os teólogos muçulmanos, pediram calma às centenas de manifestantes que tomaram as ruas.
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