PML: O ATENTADO E O RISCO DA “FALSIFICAÇÃO HISTÓRICA”

Portal Plantão Brasil
13/1/2015 14:52

PML: O ATENTADO E O RISCO DA “FALSIFICAÇÃO HISTÓRICA”

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"Alvo de uma política permanente de segregação e violência, muçulmanos franceses agora são apresentados como ameaça à segurança e ao progresso de seu país", escreve Paulo Moreira Leite, diretor do 247 em Brasília; jornalista diz que o fantasma do "radicalismo muçulmano" ganhou um reforço ontem, quando se anunciou que 5 mil soldados foram deslocados para garantir a segurança de escolas judaicas do país; ele recorda acontecimentos da história da França, como a perseguição ao capitão judeu Alfred Dreyfus e o mais prolongado conflito entre franceses e muçulmanos, a guerra da Argélia, e alerta: "é razoável perguntar qual opção o governo de François Hollande irá tomar diante de um atentado que merece repúdio universal – mas não pode ressuscitar assombrações de seu próprio passado"



"Antes de completar uma semana, a justa indignação diante do assassinato dos profissionais da revista Charlie Hebdo pode transformar-se num espetáculo inesquecível de falsificação histórica", ressalta Paulo Moreira Leite, diretor do 247 em Brasília, ao introduzir seu novo texto sobre o tema. "Submetidos a um longo passado de segregação, preconceito e violência, os seis milhões de franceses que seguem a religião muçulmana agora são apresentados como a principal ameaça à segurança e ao progresso de seu país", completa o jornalista.



Em seu blog, PML resgata "acontecimentos obscuros" da história da França que, segundo ele, deveriam servir como "reflexão sobre os perigos da vida presente". Entre os fatos históricos, o colunista menciona a perseguição ao capital do Exército Alfred Dreyfus, que era judeu, e "em 1895 chegou a ser aprisionado a ferros ao sol da Guiana sob a falsa acusação de traição à pátria". O episódio, diz ele, "ajuda a lembrar os riscos de permitir que o preconceito oriente decisões da política e da Justiça".



Além disso, houve o mais longo conflito entre franceses e muçulmanos – a Guerra da Argélia: "prolongou-se por oito anos, entre 1954 e 1962, e deixou lições dolorosas para um país que, em outras épocas, teve pleno direito de dar lições de democracia e liberdade ao conjunto de homens e mulheres do planeta, independente de classe, raça ou nacionalidade. Suas lições são preciosas e surpreendentes".



Moreira Leite ressalta que o fantasma do "radicalismo muçulmano" ganhou um reforço ontem, "quando se anunciou que cinco mil soldados foram deslocados para garantir a segurança de escolas judaicas do país". E ressalta que "é razoável perguntar qual opção o governo de François Hollande irá tomar diante de um atentado que merece repúdio universal – mas não pode ressuscitar assombrações de seu próprio passado".



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