As novas regras da conta de luz

Portal Plantão Brasil
19/12/2014 13:22

As novas regras da conta de luz

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2801 visitas - Fonte: Jornal GGN

A partir de 2015 o setor elétrico brasileiro passa por uma mudança no esquema de tarifação: as contas de energia passarão a informar ao consumidor sobre o custo de geração e o reajuste se dará mensalmente. Isso será feito por meio do sistema de bandeiras tarifárias, que esteve em testes durante todo o ano de 2014.



Funciona assim: se as condições de geração forem favoráveis, vigora a bandeira verde e a conta de luz não tem nenhum acréscimo. Se as condições piorarem, entra a bandeira amarela e a tarifa sobe R$ 1,50 para cada 100 quilowatt-hora (kWh) consumidos. E se o custo de geração estiver muito alto, a bandeira vermelha é ativada e a conta sofre um acréscimo de R$ 3,00 para cada 100 kWh consumidos.







De acordo com Marcelo Sigoli, diretor da Associação Brasileira das Empresas de Serviços e Conservação de Energia (ABESCO), em qualquer situação, a bandeira amarela vai representar cerca de 5% a mais na conta. E a bandeira vermelha 10% a mais. Ele explica. “Vamos supor que você tenha consumido 2 mil quilowatts, vamos multiplicar isso por 0,30 centavos, que é uma tarifa média, vai dar R$ 600 na conta – sem impostos, sem ICMS. Esses 2 mil quilowatts, divididos por 100 [base de cálculo das bandeiras tarifárias] vai dar 20. Vezes R$ 1,50 [da bandeira amarela], dá mais R$ 30. Ou seja, 5% de acréscimo. Se for na bandeira vermelha dá mais R$ 60 reais, 10% de acréscimo”.



Ainda assim, ele tranquiliza que o consumo familiar no Brasil está muito abaixo dos citados 2 mil kWh. “A média residencial do Brasil está em torno de 120 kWh”. Seguindo a mesma base de cálculo, o preço dessa tarifa seria R$ 36,00. Portanto, o acréscimo médio na conta seria de R$ 1,80 nos meses de bandeira amarela e de R$ 3,60 nos meses de bandeira vermelha. Novamente, 5 e 10%.



Como reduzir o consumo?



Para Sigoli, as bandeiras tarifárias são boas para o consumidor, pois dão transparência, ao sinalizar qual é o custo real da energia. E possibilitam ao cliente fazer um uso mais racional da eletricidade. Mas de que forma as pessoas podem tentar reduzir o consumo? Ele dá algumas dicas. “Os grandes consumidores de energia em uma residência são a geladeira e o chuveiro”.



“Se a pessoa for comprar uma geladeira nova, que compre com o Selo Procel, assim já vai estar economizando bastante”. Mas se trocar de geladeira não estiver nos planos, ele recomenda verificar a borracha de vedação. “Se estiver com defeito, a geladeira acaba perdendo a carga térmica e gastando mais energia. Um bom jeito de verificar é colocar uma folha de papel sulfite entre a porta e a geladeira e, com a porta fechada, tentar tirar. Se sair com facilidade, isso demonstra que a borracha precisa ser trocada”.







Para o chuveiro ele dá duas opções: mudar a posição da chave, de inverno para verão, ou diminuir o tempo do banho. “Consumo de energia é o quê? Potência e tempo. Quando falamos em potência falamos em equipamento, tecnologia. Quando falamos em tempo, estamos nos referindo a comportamento. Se você mudar a posição do chuveiro de inverno para verão, você está mexendo na potência e só com isso já dá pra reduzir em 30% o consumo daquele equipamento. Se você diminuir o tempo do seu banho, de dez para oito minutos, você está mudando o seu comportamento, e reduzindo o consumo em 20%. Claro que você pode fazer as duas coisas e economizar ainda mais”.



Ele explica que os equipamentos de informática não são uma preocupação tão grande, pois em geral já têm uma gestão de consumo de energia, mas alerta que mesmo em stand by eles ainda estão consumindo, e se estiverem ociosos devem ser desligados. Já a orientação para o ferro de passar, “um equipamento que tem uma potência muito alta, de 1000, 1500 watts”, é deixar a roupa acumular, passar tudo de uma vez só.



Há também uma questão para as distribuidoras, que não afeta diretamente o consumidor, mas que pode contar com alguma colaboração: evitar, quando possível, usar energia no horário de ponta. Cada concessionária trabalha com um pico, mas o mais usual é das 17h30 às 20h30. Sigoli explica que nesse horário as indústrias continuam funcionando, a iluminação pública é acionada, as pessoas estão chegando em casa e querem tomar banho. “Aí começa a ter um excesso de consumo que pode causar uma sobrecarga no sistema. O sistema é projetado para suportar, mas se as pessoas puderem usar a energia em outro horário, ela vai estar ociosa”, diz.



Contribuinte ou consumidor?







No mais, Sigoli tem uma boa impressão sobre a regra de bandeiras tarifárias. No modelo atual, o custo de geração é repassado anualmente, no momento das revisões tarifárias. “Nós estamos tendo aumentos nas tarifas na ordem de 30 a 40%. As concessionárias ficam o ano todo amargando um desequilíbrio contratual e no final todos pagam. Com as bandeiras tarifárias o impacto do custo de geração é minimizado porque ele é absorvido mensalmente”, afirma.



Ele entende que houve uma mudança de perspectiva que tornou a cobrança mais justa. “O que aconteceu nos últimos meses no setor elétrico é que nós pagamos a conta via contribuinte. Todo o impacto da crise foi via Tesouro ou via imposto. Agora, a questão está indo para o consumidor. Todo mundo vai pagar, mas vai pagar na proporção do consumo. Quem vai pagar mais caro é quem consome mais. E isso dá à pessoa a opção de economizar ou não. Ela pode tentar reduzir o consumo ou evitar o desperdício, que é o que a ABESCO defende na verdade. Nós esperamos que a partir disso seja possível fazer uma gestão mais efetiva e um uso mais racional da energia”.



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