GLOBO APROVA PRIMEIROS SINAIS DE LEVY E BARBOSA

Portal Plantão Brasil
28/11/2014 08:25

GLOBO APROVA PRIMEIROS SINAIS DE LEVY E BARBOSA

Em editorial, jornal capitaneado por João Roberto Marinho afirma que Joaquim Levy e Nelson Barbosa confirmam que fazem um diagnóstico correto da crise; "Tudo muito bem mensurado, segundo as boas normas contábeis, para deixar de vez no passado os tempos de contabilidade criativa", diz o texto

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O jornal O Globo, dos irmãos Marinho, aprovou os primeiros sinais emitidos pela nova equipe econômica, em especial o foco na redução da dívida bruta do setor público. Leia abaixo editorial desta sexta-feira:



Dilma se move na direção certa na área econômica

Mesmo com a limitação do fato de ainda não terem tomado posse, Joaquim Levy e Nelson Barbosa confirmam que fazem um diagnóstico correto da crise




Guardadas as peculiaridades de cada época, a confirmação dos nomes de Joaquim Levy e Nelson Barbosa para os ministérios da Fazenda e do Planejamento coloca a presidente Dilma, em relação a seu segundo mandato, numa posição semelhante à de Lula diante do seu primeiro governo. Em 2003, Lula foi hábil ao colocar Antonio Palocci na Fazenda, um banqueiro, Henrique Meirelles, no Banco Central e dar-lhes carta branca para fazer o ajuste que a economia necessitava. Palocci se valeu de um economista austero na Secretaria do Tesouro para executar um imprescindível ajuste fiscal — tratava-se de Levy. E funcionou, tanto que garantiu a reeleição de Lula.



Agora, Dilma, diante de um quadro econômico complicado, até mais que aquele com que Lula se defrontava, recorre ao próprio Joaquim Levy e o coloca na Fazenda, escala Nelson Barbosa no Planejamento e mantém Tombini no Banco Central. Eles formam um trio qualificado a atacar os desequilíbrios que empurraram o país para o baixo crescimento, o risco de perda de controle da inflação e o balanço de pagamentos mais vulnerável.



Na entrevista que concederam ontem, mesmo com a limitação de ainda serem “indicados", declarações dos três confirmaram que a futura equipe econômica faz o correto diagnóstico de que é preciso reequilibrar as contas públicas e não dar espaço para a inflação escapar de controle. Diante de um vácuo criado pelo paradoxo da vitória eleitoral enquanto se confirmava o fracasso da política econômica do governo, Joaquim Levy tratou de preencher este vazio nas expectativas dos mercados e logo fixou a meta de 2% para o superávit primário de 2016 e 2017, a partir de 1,2% no ano que vem. Tudo muito bem mensurado, segundo as boas normas contábeis, para deixar de vez no passado os tempos de contabilidade criativa.



Não passou despercebida a referência feita por Tombini à ajuda que terá da política fiscal no embate do BC contra a inflação — algo com que não contou durante todo o primeiro mandato de Dilma. Assim como foi sugestiva e necessária a observação de Nelson Barbosa, economista com ligações com o PT, de que a estabilidade econômica é básica para os avanços sociais. Algo óbvio, mas de difícil entendimento pela militância.



Não há mais espaço para se empurrar os problemas com a barriga. A dívida bruta consolidada do setor público aumentou cerca de R$ 400 billhões desde o quarto trimestre do ano passado, voltando a superar o patamar de 60% do PIB, nível que os especialistas desaconselham para um país no estágio de desenvolvimento do Brasil. A expansão da dívida se deve ao encolhimento dos superávits primários até sua extinção, este ano. Desse modo, o déficit nominal das finanças públicas também deu um salto, situando-se próximo a R$ 250 bilhões, ou o equivalente a 5% do PIB. Nas contas externas, o déficit em transações correntes (movimento de mercadorias e serviços com o exterior) vai superar este ano o montante de US$ 80 bilhões, cerca de 3,7% do PIB. Investimentos diretos estrangeiros que antes cobriam a totalidade desse déficit já são insuficientes. Em um ano a dívida externa bruta aumentou mais de US$ 60 bilhões, atingindo a casa de US$ 550 bilhões. E tudo isso com uma inflação no teto (6,5%) torna o quadro intolerável e condena a economia a uma estagnação preocupante, sob ameaça de rebaixamento no conceito das agências internacionais de avaliação de risco. Não são desafios fáceis de serem superados e exigirão muita competência, dedicação e firmeza de propósitos da nova equipe econômica.











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