672 visitas - Fonte: Jornal GGN
As empreiteiras pegas na Operação Lava Jato terão de ressarcir a Petrobras pelos danos causados, refazer contratos superfaturados, entregar os nomes de quem recebeu e pagou propina, e ainda mostrar como funcionava o esquema dentro da estatal.
Só assim poderão fechar acordos de delação com a CGU (Controladoria Geral da União) e escapar da punição de ficarem impedidas de fazer negócios com o governo daqui para a frente.
É o que disse à Folha o ministro-chefe da CGU Jorge Hage. “Isso é inafastável. Não há como celebrar acordo sem que haja compensação.”
Hage não citou os nomes das empreiteiras que já procuraram a CGU, mas afirmou que há “farto material” para que os processos sejam abertos. “Estamos concluindo a análise dos documentos obtidos pela Justiça no Paraná”, disse. “Já temos elementos suficientes para a abertura dos processos.”
Nove empreiteiras são alvo da investigação da Polícia Federal: Camargo Corrêa, OAS, UTC, Odebrecht, Mendes Júnior, Engevix, Queiroz Galvão, Iesa e Galvão Engenharia. A suspeita é que elas pagaram propina a executivos da Petrobras para conseguir contratos. Parte do dinheiro foi desviado para companhas do PT, PMDB e PP.
Caso sejam condenadas em um processo da CGU, as construtoras envolvidas ficariam inabilitadas para qualquer tipo de negócio com o setor público. Por isso, ainda segundo Hage, elas têm interesse em se antecipar.
Os processos serão abertos sem que a CGU tenha acesso às delações premiadas que já ocorreram. “Já solicitei duas vezes ao Janot [Rodrigo Janot, procurador-geral da República]. Mas ele respondeu que a lei só permite compartilhar esse material após a apresentação da denúncia. Ou seja, vai demorar muito. Não temos como esperar.”
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