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Marina Fogaça*, Pragmatismo Político
Estagiários provenientes dos cursos de licenciatura de Universidades de todo o estado de São Paulo, receberam nesta 4ª feira, uma notícia bastante desagradável: seus contratos de estágio seriam rescindidos a partir do dia 18/11, sem maiores explicações.
O comunicado lançado pela Secretaria Estadual de Educação, dizia que o Programa Residência Educacional estaria suspenso para “avaliação de impacto”, e todos os estagiários teriam seus contratos rescindidos em 18/11, sendo o dia 17/11, o último dia de estágio. O que indignou os estagiários, é que essa “suspensão” ocorreu sem nenhum aviso prévio, visto que os contratos de muitos deles foram firmados no mês de gosto, e valeria pelo menos por um ano. Inclusive, alguns seriam chamados agora no final do ano para iniciarem seus estágios.
O Programa Residência Educacional foi instituído pelo Decreto Nº 57.978/2012, fazendo parte do Programa Educação – Compromisso de São Paulo, com a finalidade de atender as escolas prioritárias que apresentaram baixos índices de desempenho nos resultados do SARESP nos anos de 2010, 2011 e 2012, para aprimorar a qualidade da Educação oferecida aos alunos da rede estadual paulista, elevando os índices de desempenho nos processos de avaliação subsequentes, através do acompanhamento dos professores em sala de aula, auxiliando no dia-a-dia e também propondo atividades diferenciadas de ensino.
Através dos projetos desenvolvidos e das práticas inovadoras trazidas das pesquisas ocorridas nas Universidades, o programa vinha contribuindo de maneira significativa para o bom desempenho das práticas cotidianas, com o residente em sala de aula, o professor podia dar mais atenção para os alunos que apresentavam algumas dificuldades, já que eles são muitos. Outra forma de atuação dos residentes era através de propostas diferenciadas de ensino, nas quais os residentes traziam novas ideias e formas de encarar os conteúdos, tornando as aulas mais atrativas para os estudantes – e, dessa forma, contribuindo para a aprendizagem destes.
Embora o programa estivesse se desenvolvendo de maneira bastante produtiva, conforme avaliações das equipes escolares, inesperadamente foi “suspenso” sem maiores explicações, o que vem causando transtornos aos residentes, pois estes, mediante assinatura do termo de compromisso, acreditavam que o estágio seria mantido até meados do ano que vem. Muito estagiários vinham realizando planos com a bolsa recebida, como: a primeira habilitação, curso de inglês, aparelho ortodôntico, compra de livros, entre outros.
Com a rescisão repentina dos contratos, muitos estão apreensivos em não poder honrar com os compromissos assumidos, visto que contavam com a bolsa em seu orçamento mensal. Porém, o maior impacto, sem dúvida, é na formação desses estagiários, pois conforme alguns depoimentos, sentiram-se profundamente desrespeitados pelo atual governo estadual. Muitos dos estagiários que estavam desenvolvendo excelentes projetos nas escolas confessaram perder a motivação em seguir da carreira do magistério.
Após ser questionada por uma estagiária da decisão, a FUNDAP (Fundação de Desenvolvimento Administrativo – órgão que administra contratos no governo do estado de São Paulo), alegou ser por motivos políticos.
Fica o questionamento: seriam esses motivos, os mesmos que levaram o governo a cortar outras verbas destinadas à educação? As quais: Mutirão trato na escola, Rede de suprimentos, Programa escola da família, entre outros.
Aonde foi parar aquele governo que se orgulhou durante todo o período eleitoral por realizar grandes investimentos em educação? Acabando com programas inovadores e com grandes chances de sucesso, é que se melhora a qualidade da educação? As respostam teremos nos próximos quatro anos.
*Marina Fogaça é graduanda em Ciência Sociais pela UNESP Araraquara e colaborou para Pragmatismo Político
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