13/11/2014 07:48

Hegemonia cultural?, por Gunter Zibell

316 visitas - Fonte: Jornal GGN

Faz uns dias uma corrente do PT defendeu uma ideia um pouco polêmica:



"não basta administrar bem, fazendo mais e melhores políticas públicas, é preciso construir hegemonia cultural e fazer reformas estruturais, com destaque para a reforma política e para a Lei da Mídia Democrática".



O texto do documento a seguir:



http://www.brasil247.com/pt/247/brasil/159113/Corrente-do-PT-prega-luta-...



Pode haver muitos modos e interpretações para isso.



Eu vejo as coisas +/- do seguinte modo...



Há basicamente duas narrativas, a tucana e a petista, versando sobre realizações, programas econômicos ou sociais, virtudes e problemas.



Às vezes parece que falam de países diferentes, e ainda surgirá uma narrativa "marinista", que é intermediária mas relativamente mais próxima da tucana.



Até sobre a divisão social e regional do voto não há consenso, oposição diz que há, situação prefere argumentar que não.



Mas acho que é provável, ao longo dos próximos quatro anos, que a narrativa tucana flua de cima para baixo na pirâmide social e convença os estratos de menor renda. Pelo menos se viu que os políticos do PSDB ainda são vistos com desconfiança no que se refere à manutenção de conquistas sociais.



Alternativamente, o caminho contrário, da narrativa petista recuperar-se junto às classes médias, pode ainda ser mais difícil.



Por todos os lados, por todas as mídias, haverá uma intensa batalha para ver que narrativa alcançará a hegemonia e aonde.



Dilma passou de 56,1 para 51,6 em 4 anos. Isso parece pouca diferença, mas provavelmente a migração concentrou-se nas faixas mais elevadas de renda. E nestas há quase uma hegemonia sim, mas a favor da narrativa tucana.



Não sabemos ainda se foi só uma oscilação, pelo estado da economia, ou se há uma redução de longo prazo da densidade do apoio ao programa do PT.



Eu já acompanhava este blog em 2010. Nas primeiras semanas após o 2º turno daquela eleição não havia essa necessidade do governo se autojustificar tanto. Nem havia tantas figuras críticas logo após (como Gilberto Carvalho, Marta Suplicy, Frei Betto, André Singer, etc)



O cenário econômico e do Congresso parece tão pouco alentador que às vezes parece que a vitória do governismo agora foi pírrica. Só o tempo dirá.



Pode ser interessante ou não, mas por curiosidade levantei quantos seguidores cada perfil de mídia ou presidenciável mais conhecido tem. É claro que é apenas um caminho, mas é um dos mais importantes para o fluxo de "narrativas".



A distribuição de cores é tentativa, pode haver erros de julgamento. Mas pelo menos eu ainda não notei um veículo ou blog, com muitos seguidores, que tenha se posicionado claramente por Marina Silva (e/ou sua narrativa.)



Imagino que isso seja algo a trabalhar pelo Rede nos próximos anos se houver a intenção de ter uma passagem, digamos, mais tranquila em uma próxima candidatura.





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