Esvaziar bancos públicos é ir na contramão do desenvolvimento, dizem sindicalistas

Portal Plantão Brasil
21/10/2014 10:05

Esvaziar bancos públicos é ir na contramão do desenvolvimento, dizem sindicalistas

Em protesto organizado pelo Sindicato do Bancários de São Paulo, dirigentes acusam ideia de Aécio de privatização das instituições 'disfarçada' de profissionalização

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492 visitas - Fonte: Rede Brasil Atual

“Se tem uma riqueza brasileira que o setor privado quer é o controle do setor financeiro. Hoje, nosso país tem 50% do mercado de finanças controlado pelo poder público e a outra parte, pelo setor privado”, resumiu o presidente da CUT, Vagner Freitas, durante ato de lideranças sindicais e políticas em defesa dos bancos públicos brasileiros, no início da tarde de hoje (20), no centro de São Paulo.



Para o dirigente, a proposta do candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, de reduzir o papel dos bancos públicos na economia brasileira – sintetizada por seu consultor econômico e provável ministro da Fazenda, Armínio Fraga – tem por objetivo agradar aos grandes empresários. “Os bancos públicos são as joias da coroa”, disse Freitas.



Armínio Fraga – que foi presidente do Banco Central na gestão de Fernando Henrique Cardoso (PSDB, 1995-2002) – disse, em áudio divulgado pelo blog O Cafezinho, que os bancos públicos atrapalham o desenvolvimento da economia brasileira “com 'D' maiúsculo” e que é preciso reformular a atuação dos três grandes bancos brasileiros. E afirmou, por fim, não saber bem “o que vai sobrar no final da linha, talvez não muito”.



Para Freitas, o eventual ministro da Fazenda de Aécio não sabe definir exatamente este resultado por ter compromisso com os bancos privados. Os sindicalistas ressaltaram o papel dessas instituições na economia nos últimos 12 anos, financiando as principais obras e programas sociais – como o Financiamento Estudantil (Fies) e o programa Minha Casa Minha Vida –, além de atuar fortemente no financiamento da agricultura e da indústria.



“Na crise (de 2008), se não fosse os bancos públicos para manter a oferta de crédito, o país teria entrado em recessão. E aí todo mundo sofreria com desemprego, inflação, falta de crédito”, defendeu a presidenta do Sindicato dos Bancários e de São Paulo, Osasco e Região, Juvandia Moreira. Segundo ela, 60% do financiamento da casa própria – principalmente por meio do Minha Casa, Minha Vida – hoje é feito por bancos públicos, em especial a Caixa. Ela destacou que 70% do crédito agrícola passam pelo Banco do Brasil, e que o BNDES é o principal financiador das empresas e indústrias.



“Os três são responsáveis pela expansão do crédito para o consumo, para o desenvolvimento. O Aécio está indo na contramão do desenvolvimento brasileiro. Com essas instituições nós conseguimos provar, nesses 12 anos, a importância de ter bancos públicos atuando para o desenvolvimento do nosso país”, enfatizou o deputado estadual e ex-presidente do Sindicato dos Bancários Luiz Cláudio Marcolino (PT).



As lideranças também criticaram a declaração de Aécio, no debate de ontem (19) na TV Record, de que iria “fortalecer e profissionalizar” os bancos públicos. Para eles, essa é só uma forma bonita de definir privatização.



Eles ressaltaram que o passado não deixa dúvidas sobre as verdadeiras intenções de Aécio. “O Mário Covas (ex-governador de São Paulo, 1995-2001) disse a mesma coisa em 1994, quando foi candidato a governador de São Paulo. Ele mandou cartas para os funcionários do Banespa se comprometendo em manter o banco público e profissionalizá-lo. E o que ele fez depois de eleito? Privatizou o Banespa”, acusou Juvandia.



O presidente da CUT comparou as gestões de Fernando Henrique Cardoso (FHC) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT, 2003-2010), em relação ao impacto na categoria bancária. “É uma coisa muito simples. Quando FHC foi presidente, foram demitidos 37 mil trabalhadores no Banco do Brasil e na Caixa Econômica Federal através de plano de demissão voluntária, que de voluntário não tinha nada. Desde que o Lula se elegeu, foram contratados 42 mil trabalhadores nos mesmos bancos”, concluiu.



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