8454 visitas - Fonte: pragmatismopolitico
O resultado das eleições à Presidência da República de 2014 repetiu uma cena que foi vista nas eleições de 2010: uma enxurrada de postagens nas redes sociais que incitam o ódio aos nordestinos.
Na época, a estudante Mayara Petruso foi denunciada pelo Ministério Público Federal (MPF) por discriminação e foi condenada a 1 ano e cinco meses de prisão pela Justiça Federal.
Na noite deste domingo, diversos internautas denunciaram usuários de redes como Facebook e Twitter por incitar o ódio contra os nordestinos.
E uma delas, Ingrid Berger, foi denunciada na Ouvidoria do Ministério Público do Trabalho (MTE) por postar em seu perfil no Facebook que o Nordeste “merecia uma bomba como Nagasaki, para nunca mais nascer uma flor nos próximos 70 anos”.
A denúncia foi feita na esfera administrativa, pois a denunciada é auditora fiscal do Trabalho, aprovada em um concurso de 2013, que está em estágio probatório, e por isso, ainda não tem o direito à estabilidade funcional dada aos servidores públicos.
Atualmente, a servidora, que é formada em direito, está lotada Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em Cuiabá, no Mato Grosso.
A denúncia foi protocolada pelo advogado baiano Durval Saback ,que afirmou ter recebido a mensagem através de um colega pelo Whatsapp e checou a veracidade da informação, e, através de um outro colega, que também é auditor fiscal, confirmou que ela foi aprovada no concurso público.
“A denúncia foi feita na ouvidoria do Ministério do Trabalho para apurar se ela cometeu infração que possa ferir o Código de Ética do Servidor, para instaurar um processo administrativo disciplinar. Somente depois é que se saberá se ela cometeu a infração, para ser demitida do serviço público ou não”, explica.
Algum tempo depois, segundo o advogado, a conta de Ingrid Berger foi deletada, assim como a postagem. Mas o print da tela foi salvo.
Mensagens de incitação ao ódio, discriminação e racismo postados em rede sociais ainda podem ser investigadas pelo MPF.
A denunciada ainda pode ser investigada na esfera cível e penal. Denúncias parecidas podem ser feitas no site da Polícia Federal e da ONG Safernet.
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