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Em seu relatório "Perspectiva Econômica Global", o Fundo Monetário Internacional estimou que o PIB do país vai expandir neste ano apenas 0,3%, ante 1,3% projetado em meados do ano; para 2015, a queda nas contas foi de 0,6%, a 1,4%; FMI também elevou as perspectivas de inflação em meio à menor confiança dos agentes econômicos
O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu com força nesta terça-feira sua projeção de crescimento econômico do Brasil em 2014 e em 2015, ao mesmo tempo em que elevou as perspectivas de inflação em meio à menor confiança dos agentes econômicos.
Em seu relatório "Perspectiva Econômica Global", o FMI estimou que o Produto Interno Bruto (PIB) do país vai expandir neste ano apenas 0,3 por cento, ante 1,3 por cento projetado em meados do ano. Para 2015, a queda nas contas foi de 0,6 ponto percentual, a 1,4 por cento.
"A fraca competitividade, baixa confiança empresarial e condições financeiras mais apertadas... restringiram o investimento, e a moderação contínua no emprego e no crescimento do crédito têm pesado sobre o consumo", destacou o FMI em nota.
A revisão dos dados aconteceu depois que o Brasil entrou em recessão no primeiro semestre, com forte retração nos investimentos e na indústria e às vésperas das eleições presidenciais.
O FMI vê recuperação moderada da atividade em 2015 "conforme as incertezas políticas que cercam as eleições presidenciais deste ano se dissipam". Concorrem ao cargo a atual presidente Dilma Rousseff (PT) e o candidato do PSDB, Aécio Neves, que foram para o segundo turno.
As projeções do organismo internacional são um pouco mais otimistas do que as de economistas consultados em pesquisa Focus do Banco Central, que veem expansão de 0,24 por cento do PIB neste ano, e de 1 por cento em 2015.
O FMI também cortou suas contas sobre a expansão das economias emergentes neste ano e no próximo, a 4,4 e 5 por cento, respectivamente. Até então, via crescimento de 4,6 e 5,2 por cento.
Para a economia global, as contas também foram mais pessimistas, com o FMI vendo expansão de 3,3 por cento neste ano e 3,8 por cento no próximo. Em julho, esperava crescimento econômico de 3,4 e 4 por cento, respectivamente.
MAIS INFLAÇÃO
O FMI também piorou suas contas para a inflação neste ano e no próximo, destacando restrições da demanda e pressão reprimida dos preços administrados que a mantém perto do teto da meta do governo --de 4,5 por cento pelo IPCA, com margem de dois pontos percentuais para mais ou menos.
Agora o FMI projeta a inflação ao consumidor em 6,3 por cento em 2014 e em 5,9 por cento em 2015, contra 5,9 e 5,5 por cento respectivamente no relatório anterior.
Em meio a esse cenário, o FMI piorou suas estimativas para a taxa de desemprego no Brasil em 2015, passando a 6,1 por cento, frente a 5,8 por cento esperados até então. Para este ano, a mudança foi mais sutil, com leve baixa de 0,1 ponto percentual nas contas, a 5,5 por cento.
O FMI projetou ainda que o déficit em conta corrente do Brasil ficará em 3,5 por cento do PIB neste ano e em 3,6 por cento no próximo, com pouca diferença entre, respectivamente, déficits de 3,6 e de 3,7 por cento projetados anteriormente.
FMI corta projeção de crescimento global e alerta para zona do euro, Brasil e Japão
WASHINGTON (Reuters) - O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu sua projeção para o crescimento econômico global pela terceira vez no ano nesta terça-feira, alertando para crescimento mais fraco nos principais países da zona do euro, no Japão e em grandes mercados emergentes como o Brasil.
Em seu relatório "Perspectiva Econômica Global", o FMI reduziu sua projeção para a economia global a 3,3 por cento neste ano e 3,8 por cento no próximo. Em julho, o FMI esperava crescimento econômico de 3,4 por cento em 2014 e 4 por cento em 2015. [nL2N0S20MA]
O FMI cortou suas projeções de crescimento econômico para o ano corrente em nove das últimas 12 revisões nos três últimos anos, conforme tem consistentemente superestimado a rapidez com que países mais ricos conseguirão se livrar dos altos níveis de dívida e desemprego na esteira da crise financeira global de 2007-2009.
A instituição também reduziu suas expectativas para o crescimento potencial a longo prazo, o que seu economista-chefe, Olivier Blanchard, chamou de "a força do futuro" que já está afetando o crescimento.
"Você tem essas forças do passado, as forças do futuro esperado... e acho que isso explica a sequência de revisões que tivemos", disse Blanchard em entrevista.
O FMI novamente pediu que os países realizem uma série de reformas estruturais para sustentar a recuperação, ou correm o risco de entrar em estagnação.
Enquanto países mais ricos como Grã-Bretanha e Estados Unidos estão vendo expansão econômica mais forte, o FMI reduziu suas estimativas para as três maiores economias da zona do euro --Alemanha, França e Itália-- e informou ser essencial que os países mantenham o afrouxamento monetário e taxas de juros baixas.
O Fundo também reduziu as estimativas de crescimento para Brasil e Japão, entre outros. O FMI informou que o crescimento potencial em mercados emergentes está agora 1,5 ponto percentual menor do que calculava em 2011.
"Existe um risco de que a recuperação na zona do euro pode estagnar, que a demanda pode enfraquecer mais, e que a inflação baixa possa se transformar em deflação", disse Blanchard.
"Se tal cenário se concretizar, será a principal questão para a economia mundial", completou.
O FMI vê agora uma chance de 30 por cento de a zona do euro cair em deflação ao longo do próximo ano, e probabilidade de quase 40 por cento de o bloco entrar em recessão.
O FMI também alertou que ativos nos mercados financeiros excessivamente valorizados podem se reverter de repente quando o Federal Reserve, banco central dos EUA, começar a elevar a taxa de juros no ano que vem, uma vez que o mercado pode estar subestimando riscos de políticas monetárias divergentes em economias avançadas.
"Ferramentas macroprudenciais são os instrumentos certos para mitigar esses riscos; entretanto, se eles estão à altura da tarefa é uma questão em aberto", disse Blanchard.
O FMI ainda alertou que tensões geopolíticas entre Rússia e Ucrânia, além do Oriente Médio, estão cada vez mais apresentando riscos à economia global e podem provocar choques aos preços do petróleo e afetar o comércio e o mercado financeiro se os conflitos piorarem.
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