Lições do primeiro turno

Portal Plantão Brasil
7/10/2014 13:21

Lições do primeiro turno

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Enumero abaixo, o que considero as lições mais importantes deste primeiro turno.



Não acreditar em pesquisa, mesmo as favoráveis para nosso campo. É impossível ignorá-las, mas não se deve considerá-las excessivamente. Não entro no mérito de sua honestidade; mas é óbvio que não estão dando conta de captar a dinâmica da opinião dos eleitores. O Brasil ficou grande e complexo demais. Erraram para todos os lados.



Mesmo sem acreditar, não devemos esquecer que todas as pesquisas apontavam vitória de Dilma num eventual segundo turno com Aécio Neves, que aliás também perderia de Marina. Num primeiro momento, o impacto do primeiro turno pode até favorecer Aécio, mas os números devem estabilizar-se ao longo das próximas semanas, num patamar parecido ao que tínhamos antes da votação.



Manter o sangue frio. Dilma venceu o primeiro turno com 43 milhões de votos, contra 35 milhões de Aécio e 22 milhões de Marina. Vamos fazer um cálculo rápido para ver quantos votos serão necessários para uma vitória no segundo round.

Vamos estimar que os votos válidos no segundo turno repitam os do primeiro: 104 milhões de votos. Isso quer dizer que o vencedor precisa ter, no mínimo, 52 milhões de votos. Em 2010, Dilma obteve 55 milhões de votos no segundo turno.



Dilma precisa, portanto, de manter o seu eleitorado e ganhar aproximadamente 9 milhões de votos para vencer as eleições. A presidenta pode encontrar esses votos sobretudo no Nordeste, no Norte, no Rio de Janeiro, em Minas, e no Rio Grande do Sul.

Aécio, por sua vez, tem de manter o seu eleitorado e ganhar 17 milhões de votos. Ele vai atrás desse voto sobretudo em São Paulo, mas não tem muito espaço no Rio ou no Nordeste, por exemplo.



É evidente que Dilma tem melhores condições de vitória. O favoritismo ainda é dela.

A presidenta elegeu uma bancada mais que duas vezes maior que a de seu adversário, tanto no Senado quanto na Câmara.

Abaixo, infográficos publicados no jornal Valor, de hoje










O papo de divisão entre Norte e Sul é balela. Dilma obteve uma votação extraordinária nas regiões Sul e Sudeste. Ganhou no Rio de Janeiro e Minas Gerais, sendo que, neste último, o seu partido conquistou o governo do estado. Dilma também ganhou no Rio Grande do Sul.



A eleição para governador, com a vitória de Beto Richa e Alckmin no primeiro turno, envolveu muito o eleitor. Esse fator pesará menos no segundo turno presidencial.







Dilma obteve 20 milhões de votos no Sudeste, contra 25 milhões de Aécio. A vantagem tucana concentrou-se sobretudo em São Paulo, onde teve 4 milhões de votos a mais que Dilma, e Paraná, onde registrou vantagem de 1 milhão de votos.



A polarização social do eleitorado também não é absoluta. As pesquisas de intenção de voto falharam gravemente em alguns estados, mas a sua estrutura interna não pode ter fugido muito à realidade. E elas apontavam Dilma superando Marina em todas as faixas de renda. Aécio ganhava apenas entre famílias com renda superior a 10 salários.



Há uma classe média numerosa que vota em Dilma, ou que pode vir a votar na presidenta. A aprovação maciça ao programa Mais Médicos revela que a maioria do povo brasileiro, inclusive classe média, não embarca no sensacionalismo ideológico da extrema direita.



Por - Miguel do Rosário





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