Hong Kong rejeita proximidade com a China. E pega fogo

Portal Plantão Brasil
30/9/2014 09:31

Hong Kong rejeita proximidade com a China. E pega fogo

A situação está num impasse na ex-colônia britânica, que deseja manter sua autonomia em relação a Pequim. A cidade está virtualmente paralisada em vários de seus pontos

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271 visitas - Fonte: Rede Brasil Atual

Durante um século e meio Hong Kong foi uma colônia britânica encravada na China continental – com um breve período, de 1941 a 1945, de ocupação pelos japoneses durante a Segunda Guerra Mundial.



Em 1997 esta situação chegou ao fim, com a reincorporação da cidade, hoje com mais de sete milhões de habitantes, à República Popular da China, sob o signo de uma política de “um país, dois regimes”. Hong Kong preservou muito de sua autonomia, como uma ilha de volatilidade capitalista no oceano comunista governado por Pequim – hoje mais um capitalismo de estado do que propriamente um regime comunista.



Uma curiosa afirmação desta autonomia esteve no fato recente de que Hong Kong foi o lugar escolhido por Edward Snowden para divulgar suas denúncias sobre a espionagem universal da National Security Agency dos Estados Unidos. Tal gesto seria impensável em Pequim ou Xangai, por exemplo.



Mas a aproximação com o restante da China e com o governo de Pequim está se processando, como uma bomba relógio. E ela explodiu agora, neste fim de semana. Dezenas de milhares de jovens acorreram às ruas da cidade para protestar contra duas coisas, principalmente: o governo de Cy Leung, visto como demasiadamente próximo de Pequim, e os poderes da Comissão Eleitoral – escolhida por Pequim – sobre as eleições de 2017 para os governantes da cidade. Tais poderes preveem que a Comissão poderia vetar candidatos, por exemplo.



De início, a manifestação do fim de semana dividiu a cidade, numa clivagem de gerações. Hong Kong é uma cidade de tradição conservadora, e os mais aferrados a esta tradição não viram com bons olhos a irrupção daquela massa de jovens pela cidade, paralisando as áreas onde se encontram os prédios da administração governamental e o centro da cidade, onde fica o seu coração financeiro.



Neste momento a polícia deu sua mãozinha aos manifestantes. A força policial caiu sobre eles com cassetetes, gás lacrimogênio e pimenta, e jatos d’água. Os manifestantes responderam com guarda-chuvas e óculos de natação ou de motociclistas. A reação da população, mesmo dos mais velhos, voltou-se contra a polícia e a favor dos manifestantes. O Sindicato dos Professores chamou uma greve em apoio aos estudantes. Mais outros milhares de manifestantes saíram às ruas, declarando inclusive o temor de que o Exército Chinês interviesse, reproduzindo o que acontecera na praça Tianmen, anos atrás, em Pequim.



O governo recuou. Retirou a polícia das ruas, pediu calma e deu garantias de que o Exército não viria para as ruas de Hong Kong.



A situação está num impasse, e a cidade está virtualmente paralisada em vários de seus pontos. A Bolsa continua funcionando, mas em queda. Analistas dizem que é muito difícil que Pequim recue em seus propósitos de integrar a cidade mais de perto a seu sistema político. As lideranças dos protestos pedem aos manifestantes que não recuem nem das ruas nem de seus objetivos.



De momento, eles pedem que as manifestações se prolonguem pelo menos até amanhã (1º) feriado na cidade.



Depois, por ora, ninguém sabe o que vai acontecer.



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