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Dilma afirmou que operação da PF no Maranhão precisa ser investigada com rigor
São Paulo – A presidenta Dilma Rousseff anunciou hoje (26), no Palácio do Planalto, um pacote de propostas de combate à corrupção. “É óbvio que só podemos fazer isso em debate com o Congresso, com o Poder Judiciário e com a sociedade, mas nós sempre viemos considerando isso como sendo o centro da questão do combate à impunidade, e que essa é uma questão importante no Brasil”, disse, durante conversa com jornalistas.
As ideias apresentadas à imprensa contemplam cinco mudanças: a tipificação do crime de desvio de recursos de campanha, o chamado caixa dois; a criação de uma garantia de perda de bens adquiridos por meios ilícitos; a aprovação de uma nova lei que aumente o rigor na punição a agentes públicos flagrados em desvios; a alteração da legislação que diz respeito ao desvio de recursos públicos; e a criação de uma estrutura do Judiciário que agilize investigações e processos contra agentes que tenham foro privilegiado.
A exemplo de pleitos anteriores, a corrupção vem sendo abordada nesta campanha eleitoral. Aécio Neves (PSDB) tenta colar em Dilma as condenações ocorridas no Supremo Tribunal Federal devido ao julgamento da Ação Penal 470, o mensalão, embora tenha contra seu partido as denúncias do mensalão tucano, cometido nas Minas Gerais que governou. Marina Silva (PSB) aposta em supostas irregularidades apresentadas por revistas e jornais da mídia tradicional, em especial a respeito da Petrobras.
No Planalto, Dilma foi perguntada sobre as declarações de Aécio a respeito da Operação Lava Jato, da Polícia Federal. O doleiro Alberto Youssef, um dos pivôs da denúncia, tem buscado acordo para promover delação em troca de uma redução de eventual pena, segundo notícias divulgadas nos últimos dias.
Ao responder sobre a declaração do tucano de que há petistas sem dormir, com medo do que virá, a petista recordou o escândalo envolvendo o oponente na construção, com recursos do governo mineiro, de uma pista de aeroporto privada em uma fazenda de sua família em Cláudio, a 150 quilômetros de Belo Horizonte.
“Lamento que o candidato Aécio fale uma coisa desse tipo. Porque tenho certeza de que o candidato deveria antes responder sobre a questão do aeroporto. O uso indevido de bens públicos é algo muito grave. Em vez de ficar fazendo acusações genéricas e jogando-as ao vento, deveria responder por que quem tinha a chave do aeroporto era seu tio”, afirmou.
Dilma foi perguntada também sobre a ação da Polícia Federal contra o candidato do PMDB ao governo do Maranhão, Lobão Filho, ocorrida ontem. Os agentes investigavam o transporte ilegal de recursos de campanha, o que levou a acusações dos peemedebistas ligados a José Sarney contra o adversário Flávio Dino (PCdoB) e o governo federal.
“Tomamos as providências para investigar essa situação. Uma das coisas que a gente tem que ter garantia é que órgãos governamentais não sejam usados em proveito de um ou de outro candidato”, afirmou a presidenta, que disse não poder fazer prejulgamento sobre se a ação da PF foi inadequada ou não.
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