390 visitas - Fonte: Tijolaço
Talvez você conheça a expressão “espada de Dâmocles”, ou mesmo a lenda que a consagrou, espalhada ao mundo nos escritos de Marcos Túlio Cícero.
O tal Dâmocles era uma figura menor da corte de Dionísio de Siracusa, que lhe invejava o poder. Dâmocles ansiava o poder e tanto o quis que a ele Dionísio deu-o por um dia , com todos os seus luxos: divã suntuoso, escravos, mulheres deslumbrantes, efebos (calma, Feliciano!), manjares deliciosos e um pequeno detalhe do qual Dâmocles só algum tempo depois se apercebeu.
É que Dionísio havia mandado que se pusesse uma pesada e afiada espada apontada diretamente sobre a cabeça do divã onde se estirou Dâmocles para fruir dos prazeres, sustentada apenas por um único fio de rabo de cavalo.
A espada que pende sobre a cabeça de Marina Silva é muito semelhante: a mídia.
Ela, como por Dionísio a Dâmocles, pela mídia foi colocada onde está.
É verdade que, como poucos, Marina sabe cavalgar as oportunidades: o PT e Lula, o “verdismo” e, quando frustrada, por sua incapacidade de agregar, a Rede, aderir com firmeza às ambições de Eduardo Campos e emprestar-lhe, em troca, o discurso de uma “nova política” que jamais praticara.
Campos era um inegável talento político, mas habitava, sem dúvidas, um cenário mais que convencional da vida política.
O endeusamento “post-mortem” do pernambucano provocado pela tragédia que o vitimou foi o “plus” necessário ao salto final de Marina, mas traz com ele uma situação irrenunciável de dependência no pequeno grande mito que sobre ele se construiu.
Marina, como Dâmocles, é quem mais agora vê a espada.
Mais e mais se apresentará a Dionísio como quem melhor e mais mansamente poderá ocupar aquele lugar que lhe ofereceram.
A segunda morte de Campos, como se referiu às supostas acusações de Paulo Roberto Costa, seria também a sua.
O ferrão do escorpião da direita, soube o sapo que o transportava à margem, é de difícil controle.
Dâmocles renunciou ao poder que lhe foi oferecido com aquele gume sobre sua cabeça.
Por isso formou-se a lenda milenar.
Porque o comum dos que ascendem ao mando por favor alheio é crer que, de fato, são reis e não apenas algo que se põe ali para que outros não sejam.
E ali ficam, até que o fio se rompa.
Ou seja, como pode ser agora, cortado.
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