393 visitas - Fonte: Rede Brasil Atual
As medidas anunciadas ontem (20) pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, para facilitar o crédito imobiliário e reduzir a inadimplência, devem ampliar a capacidade econômica da sociedade, segundo o diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio. "A dinâmica econômica de um país como o Brasil, uma das maiores economias do planeta, em grande medida se dá por mantermos um mercado interno de consumo e de produção para toda a população em pleno vigor", afirma em seu comentário, hoje (21), à Rádio Brasil Atual.
Clemente ressalta que a estimativa do governo é que esse tipo de movimento possa colocar cerca de R$ 40 bilhões na economia. "É muito importante que se compreenda que esse tipo de medida é necessária para a atividade econômica do país", diz. As medidas visam a simplificar o acesso ao crédito, facilitando tanto para o consumidor quanto para as empresas e bancos, reduzindo custos e burocracias.
"No caso do crédito consignado, observou-se que algumas empresas retinham recursos que o trabalhador deveria pagar pela parcela do crédito consignado e não faziam o depósito para o banco", explica o diretor técnico do Dieese. Com a mudança, o trabalhador agora pode autorizar para os bancos o desconto da parcela do seu financiamento quando a empresa deposita o salário em sua conta corrente, evitando possíveis extorsões.
Houve alterações também no acesso ao crédito para financiamento habitacional no sentido de reorganizar o registro de imóveis, concentrando em um único cartório todas as informações daquele imóvel. "Isso facilita tanto para quem quer comprar um imóvel, tanto para o sistema financeiro no momento do financiamento", esclarece Clemente. Para pessoas que querem fazer poupança e investir em letras e crédito imobiliário, as medidas vão facilitar a capacitação de recursos.
"Os bancos também receberam mudanças importantes, porque liberam parte dos recursos que eles têm hoje disponíveis para o credito, seja para o crédito ao consumidor em geral, para o crédito para financiamento de automóvel", indica. Clemente ressalta que a alteração deve resultar em um aumento da capacidade da população em buscar no crédito uma forma de antecipar o consumo e isso será equilibrado com garantias. Está autorizado, por exemplo, que pode se dar como garantia um imóvel quitado.
Nesse sentido, os bancos vão colocar um volume maior de recursos e captar por meio de poupanças recursos para fazer esses investimentos.
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