8/8/2014 13:32

Esperança de votos do PT pode ter levado tiro fatal

552 visitas - Fonte: Brasil 247

Andrés Sanchez, ex-presidente do Corinthians e ex-capataz todo poderoso do Itaquerão, é alvejado pela Receita Federal; gestão dele no clube mais popular de São Paulo omitiu rendas de jogos, não recolheu impostos sobre luvas de jogadores e deixou funcionários sem contribuição previdenciária; ação criminal cobra R$ 93 milhões por ressarcimento à União; encarado como o maior puxador de votos do PT nas eleições para deputado federal, expectativa era de votação de até 600 mil votos para ele; mas agora, diante da abertura de novos segredos sobre o modo de Andrés administrar, público vai confiar o voto a esse tipo de gestor?; ou a paixão da Fiel Torcida vai continuar a beneficiar o cartola?



Esperança de votos na eleição do PT para deputado federal em São Paulo, o ex-presidente do Corinthians e ex-capataz todo poderoso do Itaquerão está levando uma mordida pesada da Receita Federal. O leão mandou abrir processo criminal contra a gestão dele no clube, sob acusação de sonegação de impostos, omissão de informações sobre rendas de jogos, não recolhimento de obrigações sobre luvas de jogadores e até subtração da contribuição previdenciária dos funcionários do clube de maior torcida do Estado e, para muitos, do País.



Um rolo enorme que, todo somado, representa um Darf a ser recolhido pelo Corinthians de mais de R$ 93 milhões. Como responsável por ele, Sanchez está sendo indiciado.



- Todos fazem assim, resume o ex-dirigente em sua própria defesa até aqui. Trata-se de uma referência ao que, segundo ele – e ao que se sabe -, acontece em outros grandes clubes do futebol brasileiro. Juntas, as agremiações, cujos dirigentes, até aqui, eram protegidos de responsabilidade legal, somam uma dívida bilionária com as autoridades do Fisco e da Previdência, especialmente. Neste momento, um grupo de clubes pressiona o governo a incluir na renegociação das dívidas o que, na prática, representaria uma anistia para as entidades e nenhuma responsabilidade para seus dirigentes.



O inquérito criminal anunciado pela Receita contra Andrés já quebra o paradigma da impunidade. Intrincado no campo jurídico, na arena política o caso pode dinamitar as chances que Andrés encerra de ser um campeão de votos pelo PT. A aposta do partido é a de que, antes da revelação sobre seu modo de gestão no Corinthians, ele poderia puxar até 600 mil votos entre os eleitores paulistas. Isso abriria um coeficiente adequado para entrada de mais três ou quatro candidatos na bancada dos eleitos. Agora, o estrago que a situação poderá causar na imagem dele não pode ser calculado com exatidão.



Na frieza do caso, com o Darf de R$ 93 milhões a ser pago sobre a mesa, é difícil imaginar um cidadão que venha a escolher um candidato a deputado federal com este tipo de marca em seu currículo como gestor. Por bem menos – a reclamação de torcedores quanto ao preço considerado caro dos ingressos no Itaquerão -, o próprio Andrés resolveu deixar o cargo de capataz todo poderoso na gestão do estádio. Oficialmente, agora, ele é apenas mais um candidato.



Não há dúvida, entretanto, que o voto em Andrés é marcado pela paixão pelo Corinthians, que ele diz amar "desde quando eu estava na barriga da minha mãe". Pode ser. Mas praticar o amor pelo clube não passa, exatamente, por espetar uma conta em impostos de R$ 93 milhões no quadro de cortiça e sair para comemorar uma eleição pessoal a um cargo político que será muito útil para sua própria defesa.

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