685 visitas - Fonte: Brasil 247
Com direito a chamada na capa e manchete na página A3, a mais nobre do jornal, a Folha de S. Paulo se retratou neste sábado 2 diante do candidato Paulo Câmara, que concorre ao governo de Pernambuco pelo PSB de Eduardo Campos; há uma semana e meia, ele foi atingido pela denúncia de que comprara apoio do Pros no estado por R$ 6 milhões; a partir de agora, denuncismo eleitoral passa a ser vigiado de perto pela Justiça; decisão do TSE foi antecipada ontem pelo 247
A edição deste sábado 2 da Folha de S. Paulo é histórica. O jornal de Otávio Frias Filho concedeu direito de resposta ao candidato do PSB ao governo de Pernambuco, Paulo Câmara, sobre denúncia de que teria pago R$ 6 milhões ao Pros por apoio político no estado. O texto ganhou direito a chamada na capa e manchete na página A3, a mais nobre do jornal.
Com isso, a Folha se retrata diante do candidato escolhido pelo presidenciável Eduardo Campos como seu sucessor em Pernambuco. Na quarta-feira 23, Câmara foi alvo de denúncia feita pelo deputado federal José Augusto Maia (Pros-PE), publicada na manchete do jornal. A campanha do socialista conseguiu direito de resposta na Justiça eleitoral.
O caso virou uma guerra entre o PSB e a Folha, que recorreu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que a determinação fosse suspensa até o fim do julgamento. O jornal teve o pedido negado pelo ministro Dias Toffoli, como adiantou ontem o 247, e foi obrigado a publicar a resposta de Paulo Câmara no mesmo espaço da denúncia.
Leia, abaixo, a íntegra da resposta de Paulo Câmara:
Folha publica direito de resposta de aliado de Campos
Leia a seguir texto do candidato do PSB ao governo de Pernambuco
Por decisão da Justiça Eleitoral, a Folha publica a seguir direito de resposta do candidato do PSB ao governo de Pernambuco, Paulo Câmara.
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"Ocupo este espaço editorial para exercer legítimo direito de resposta à matéria publicada, hoje (23/07), pelo jornal Folha de S.Paulo, que ao citar o meu nome, sugere, irresponsavelmente, a associação da minha imagem a uma suposta ação criminosa. Em função da matéria publicada por este jornal, baseada em denúncia formulada por um parlamentar pernambucano, sinto-me obrigado a me posicionar em defesa da minha honra e credibilidade, o maior patrimônio que construí ao longo da minha vida. É importante destacar, que o deputado José Augusto Maia, que serviu como fonte da reportagem, responde a duas ações criminais por fraude em licitação e formação de quadrilha, e foi condenado, pela justiça pernambucana, em abril deste ano, por improbidade administrativa, tendo os seus direitos políticos sido suspensos pelo prazo de três anos, além da condenação e dos processos em andamento no Tribunal de Contas de Pernambuco.
Importante também ressaltar a relação de histórica amizade e apoio de José Augusto Maia ao nosso adversário direto, ao ex-empresário Armando Monteiro Neto, que desde as primeiras horas do dia da publicação da matéria tenta tirar proveito eleitoral do assunto. O que me parece mais grave é a tentativa caluniosa de me descredibilizar. Sou servidor público há 22 anos, com uma trajetória séria e reconhecida. Nunca, em nenhum momento, fui vítima de qualquer ação que questionasse os princípios que levo, de casa, à vida pública: honestidade, correção, respeito, senso de justiça. Daí a minha mais profunda indignação diante deste episódio. Será que, pela condição de candidato ao governo, devo ser exposto publicamente por conta da má fé de elementos como o referido senhor? Atitudes assim envergonham a atividade política e, pior, buscam arrastar para os espaços nebulosos, onde atua um ficha-suja', pessoas que estão na vida pública apenas com o intuito de exercer sua vocação e atender a uma convocação.
Repudio, firmemente, a utilização da mídia para criação de falsas denúncias que apequenam o processo eleitoral em uma clara tentativa de induzir os leitores e o público à interpretações deturpadas que ferem a democracia. Devemos lutar com empenho para varrer da vida pública brasileira práticas abomináveis que desonram o Brasil e aviltam a liberdade de opinião. Pessoas como José Augusto Maia devem ser banidas da política, como já foi determinado pela justiça.
Portanto, em meu nome, da minha família e de todos aqueles a quem represento, nesta caminhada, como cidadão e homem público, anuncio que estou tomando todas as medidas judiciais cabíveis contra José Augusto Maia e todos os envolvidos nesta nefasta e inadmissível atitude. Mais do que uma retaliação, do mais baixo nível, como se poderia esperar, pelo seu autor, fui vítima de um golpe que me obriga a reagir, imediatamente, e com força proporcional --não necessariamente à repercussão, mas à intenção.
Tenho uma missão a cumprir e assim será. Estou convencido de que o ocorrido servirá apenas para nos fortalecer nesta luta, contra adversários desleais. Manteremos o rumo e, apesar da indignação, não perderemos a serenidade. Pernambuco conta comigo. E estou cada vez mais firme na decisão, coletiva, de vencer com trabalho e respeito.
Paulo Câmara - candidato ao Governo pela Frente Popular de Pernambuco"
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