792 visitas - Fonte: Rede Brasil Atual
O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) decidiu hoje (1º) prorrogar indefinidamente a campanha "Tô Sem Água", que compila relatos sobre onde está faltando água no estado de São Paulo. Com previsão inicial de terminar no dia 31 de julho, a campanha agora irá continuar até que os órgãos competentes apresentem respostas aos casos específicos relatados ao Idec. A entidade tomou a decisão de continuar com a campanha até que Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp), Sabesp e governo estadual respondam sobre 500 relatos de racionamento de água coletados pela campanha em apenas um mês.
O Idec pede também que a agência reguladora pressione a Sabesp por uma prestação de serviço adequada e que respeite os direitos básicos dos consumidores, principalmente o direito à informação sobre a atual situação hídrica, o mais rápido possível.
"O instituto recebeu uma média de 14 reclamações por dia, ou seja, está evidente que o racionamento está ocorrendo. Acreditamos que os dados da campanha foram e continuam sendo extremamente importantes, e por esse motivo vamos manter o canal aberto até que a população seja formalmente comunicada sobre a falta de água", afirma a advogada do Idec e responsável pela campanha, Claudia Almeida.
A campanha teve início no dia 26 de junho com a finalidade de mapear onde os paulistas estão sofrendo com falta d'água. Até 1º de agosto, foram registrados 543 casos, dos quais 73% afirmam que falta água à noite, 9% acusam torneiras secas pela manhã e outros 13% durante o dia e a noite todos. Apenas 5% dos casos relatam corte no fornecimento de água no período da tarde.
A frequência da falta de água aponta ainda que a maioria das residências que sofre racionamento enfrenta o problema todos os dias, pelo menos uma vez por dia: são 73% do total nessa situação. Outros 17% sofrem com racionamento mais de uma vez por semana e, para 5%, a falta d'água ocorre mais de uma vez por dia.
De acordo com os relatos, as regiões mais afetadas com a falta de abastecimento de água são, respectivamente, as zonas leste (25%), oeste (24%), norte (23%), sul (20%) e os municípios da região metropolitana São Paulo (8%).
O instituto destaca ainda que dois terços dos participantes do programa, 59% do total, afirmaram ter percebido queda da qualidade de água fornecida pela Sabesp. Desde maio, o governo estadual bombeia o chamado "volume morto", que fica abaixo das comportas de captação normalmente utilizadas no Sistema Cantareira, e leva às torneiras águas mais próximas do fundo da represa, onde há maior concentração de organismos e produtos químicos e que, por consequência, exige mais tratamento químico.
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