Em crise há oito meses, Ucrânia vivencia crimes contra humanidade

Portal Plantão Brasil
26/7/2014 13:41

Em crise há oito meses, Ucrânia vivencia crimes contra humanidade

Governo russo denuncia que Ucrânia usou bombas de fósforo contra civis. 'É um desastre humanitário', classifica blogueira

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287 visitas - Fonte: Rede Brasil Atual

Em meio às investigações em torno da queda do avião da Malaysia Airlines na região separatista de Donetsk na última semana, as atenções da imprensa internacional se voltaram para a troca de acusações entre os governos ucraniano e russo e a possibilidade de que a aeronave tenha sido abatida. O conflito entre separatistas pró-Rússia e o governo de Kiev, apesar de ter saído do foco, não teve resolução até o momento e diversas denúncias revelam que os direitos humanos estão sendo desrespeitados.



Ontem (25), o vice-chefe de gestão operacional do Estado-Maior General russo, major-general Viktor Poznikhir, afirmou à TV Rossiya-24: "Agora, temos evidências confiáveis de que, nas cidades e aldeias da Ucrânia por mim indicadas, foram usadas munições de fósforo”. Ele indicou ainda que bombas de fósforo, apesar de serem proibida pelas Convenções de Genebra e pela Convenção sobre Armas Químicas, foram usadas pelo menos seis vezes contra a população no leste da Ucrânia.



A organização Human Rights Watch (HRW) de direitos humanos, com sede em Nova York, confirmou ontem que quatro ataques com foguetes foram realizados pelo Exército ou por paramilitares aliados do governo em áreas residenciais nos arredores de Donetsk. As ações mataram pelo menos 16 civis e deixaram diversas pessoas feridas.



Blogueiros e sites independentes da região denunciam que o conflito que vive o país, para além da disputa político-territorial, adquiriu contornos de guerra étnica. O nacionalismo extremado manifestado pelos ucranianos pró-Europa ameaça a existência dos grupos russos que vivem no país desde meados do século 16.



Uma postagem feita no site da embaixada ucraniana nos Estados Unidos em junho gerou polêmica neste sentido. Nela, o então primeiro-ministro ucraniano, Yatsenyuk Arseniy, chama os militantes anti-governo, em grande parte da etnia russa, de “sub-humanos”. Posteriormente, a palavra foi alterada para desumano, mas é possível ver o conteúdo original em uma impressão de tela:







O repórter da Associated Press Matt Lee’s questionou a porta-voz do Departamento de Estado norte-americano Jen Psaki sobre o apoio ao governo ucraniano e, em especial, ao uso desta palavra no site da embaixada dos EUA, mas obteve como resposta apenas a declaração de que Arseniy estava “consistentemente contribuindo para a resolução pacífica” do conflito no país.



'Crimes contra a humanidade'



Devido a esse tipo de ações, ucranianos russos classificam como “crime contra a humanidade” as ações do Exército ucraniano. O Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional considera como “crime contra a humanidade” o ataque, “generalizado ou sistemático, contra qualquer população civil”, havendo conhecimento do mesmo. Entre os atos mencionados pela corte internacional estão: homicídio, extermínio e prisão “em violação das normas fundamentais de direito internacional”.



Os militantes pró-Rússia também acusam Kiev de dar aos soldados do país “licença para matar”. De acordo com o jornal Kiev News, o ministro da Defesa, Valeriy Heletey, prometeu dar terras de graça para soldados ucranianos e tropas dos Serviços Especiais que lutam contra os grupos separatistas pró-russos.



Heletey ainda foi protagonista de outra polêmica. Em um vídeo, ele fala sobre a criação de “campos de filtragem”, espécie de acampamentos especiais para onde seriam enviados os pró-russos – incluindo mulheres – para serem investigados por supostos envolvimentos com atividades classificadas como “terroristas”.



Na última semana, a Comissária do Parlamento ucraniano para os Direitos Humanos desmentiu a informação que chamou de “história de horror criada pelos meios de comunicação russos”. De qualquer forma, as declarações de Heletey estão disponíveis na internet:



'Confrontos'



Chama a atenção a maneira como a morte dos russos ucranianos é tratada no ocidente. No massacre de Mariupol, ocorrido em maio na região de Donetsk, no sudeste do país, quando mais de 20 pessoas morreram por ações de forças do governo, a administração Obama rapidamente atribuiu os fatos à repressão violenta dos “separatistas pró-Rússia”. Jen Psaki declarou que os EUA condenam o “aumento da violência causado pelos separatistas pró-Rússia em Mariupol, que resultaram em múltiplas mortes”.



A cobertura realizada pelas grandes agências internacionais segue a mesma linha adotada por Washington. Sobre Maripoul, canais de notícias como a CNN reportaram a versão sustentada pelas autoridades locais, segundo as quais “sete pessoas morreram e pelo menos 39 ficaram seriamente feridas”. Segundo a CNN, “as mortes foram decorrentes de confrontos entre separatistas e forças do governo”.



O ministro do interior, Arsen Avakov, no entanto, reconheceu em sua página no Facebook que as forças de segurança do país mataram cerca de 20 “terroristas”.



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