O aniversário do real e o valor do dinheiro. Dinheiro real, aquele que você recebe.

Portal Plantão Brasil
1/7/2014 08:41

O aniversário do real e o valor do dinheiro. Dinheiro real, aquele que você recebe.

0 0 0 0

791 visitas - Fonte: Tijolaço

Os jornais publicam matérias mostrando que a nota de 100 reais, lançada no Plano Real, por Fernando Henrique Cardoso, hoje vale apenas R$ 22.

É verdade.

A inflação, claro, come o valor do dinheiro.

Então, este humilde blogueiro, que tem mania de fazer conta, foi lá na “Calculadora do Cidadão” do Banco Central ver como foi este processo de desvalorização.

E fez a conta para saber quanto aquela nota perdeu em cada governo.

Mas não esqueceu de fazer a outra conta, tão importante ou mais, que é a de quanto dinheiro (o de papel e o verdadeiro, que é o seu poder de compra) recebe.

Acompanhe com atenção.

A azulada pelega de 100 de FHC, em fevereiro de 2002, oito anos depois de sua estréia, tinha sido vítima de uma inflação de 143,3%.

Para comprar o mesmo que 100 reais de 94, seriam precisos 243, 29 reais.

A nota de 100, portanto, valia 41,11 reais.

No governo Lula, aqueles R$ 41,11 também perderam valor, é claro.

Até fevereiro de 2011 – iguais oito anos – a inflação pelo IPCA foi de 65,37%.

E a cédula de R$ 100, que já começou este período valendo R$ 41,11, desvalorizou-se para R$ 24,85.

No governo Dilma, com a inflação de 19,74% acumulada até fevereiro e mais 6% de inflação estima da até fevereiro de 2015, a perda será de 27,1%, aproximadamente.

O que faria aquela nota de R$ 100, que FH transformou em R$ 41, que baixou com Lula a R$ 25, vá chegar, ao final do período Dilma, valendo R$ 19,56.

Se eu fosse fazer uma conta desonesta – não sei onde já se viu fazer contas desonestas na imprensa brasileira, né? – poderia dizer que Fernando Henrique tirou 59 reais da nota, ou R$ 7,37 por ano, enquanto Lula tirou bem menos, 26 reais ou R$ 3,66 por ano, e Dilma, em quatro anos, perto de R$ 4,50, ou R$ 1,10 por ano.

Mas não é assim que se avalia, exceto quando se quer fazer comparações desonestas.

O certo é dizer que FHC fez a nota perder 59% de seu valor, ou 6 por cento ao ano, em oito anos.

Que Lula assistiu a uma redução de 39,4% do seu valor, em oito anos, o que dá 4,2% ao ano.

E que Dilma a viu reduzir-se em 21,3%, ou 4,9% ao ano, em quatro anos.

Um pouco acima de Lula, bem abaixo de FHC.

Agora, a trajetória do dinheiro real, para milhões de trabalhadores, aposentados, pensionistas e avulsos: o salário mínimo.

No final do Governo FHC ele era pago com duas daquelas notas de cem reais que, como vimos, valiam R$ 41,11. Então, em valor deflacionado, valia R$ 82,22.

A história de que Fernando Henrique deu ganho real ao salário mínimo está apoiada precariamente no fato de ele ter “herdado” quatro meses de salário a R$ 80, fixado por ele mesmo no finzinho do Governo Itamar Franco.

Já no final do Governo Lula, em 2010, o salário mínimo era de R$ 510, ou pouco mais que cinco notas de cem. Como, no fim deste período, cada uma destas notas tinha valor real de R$ 25, isso equivalia, em dinheiro “forte” do início do real a R$ 127, 50, ou 55% mais do que aqueles R$ 82,22 que Fernando Henrique deixou como herança.

E com Dilma, o que temos hoje?

O salário mínimo passa de sete notas de cem: 7,24 delas, precisamente. Como cada uma delas valerá R$ 19,56, isso dá R$ 141,61, sempre naquele “real forte” do início do plano.

Em percentagem: 11% mais que no final do Governo Lula e 72% mais que no final do Governo Fernando Henrique.

Esta é a verdadeira medida do poder de compra.

Não apenas o da moeda, mas o da moeda que se recebe.

O que, no caso de quem trabalha, chama-se salário.

Mas salário não é santo do altar dos nossos economista, mais devotos do “santo tripé” macroeconômico, não é?



APOIE O PLANTÃO BRASIL - Clique aqui!

Se você quer ajudar na luta contra Bolsonaro e a direita fascista, inscreva-se no canal do Plantão Brasil no YouTube.



O Plantão Brasil é um site independente. Se você quer ajudar na luta contra o golpismo e por um Brasil melhor, compartilhe com seus amigos e em grupos de Facebook e WhatsApp. Quanto mais gente tiver acesso às informações, menos poder terá a manipulação da mídia golpista.


Últimas notícias

Notícias do Flamengo Notícias do Corinthians