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Advogado da Camargo Correa, ex-ministro da Justiça Marcio Thomaz Bastos já alertou diretores da empreiteira presidida por Vitor Hallack (centro): não há como controlar a Polícia Federal e os desdobramentos da Operação Lava Jato, que prendeu o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa (abaixo); empreiteira é o principal alvo da quebra de sigilo determinada pelo juiz Sergio Moro (acima) nas obras da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco; acionistas da companhia, como Luís Nascimento, estão preparados para todas as hipóteses e temem ser enquadrados na Lei Anticorrupção, recentemente aprovada, que pune donos de empresas acusados de desvios; Camargo é a maior doadora de recursos para campanhas políticas do País
A Operação Lava Jato, conduzida pelo juiz Sergio Moro, do Paraná, entrou numa nova fase nesta quinta-feira 8, com a quebra do sigilo de todas as operações financeiras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. O alvo principal é a Camargo Corrêa, uma das maiores empreiteiras e a maior doadora de recursos para campanhas eleitorais do País, que lidera o consórcio. Moro pretende investigar o destino dos repasses feitos pela estatal à companhia – e, da empreiteira, à empresa Sanko Sider, que fornece equipamentos para o consórcio. A suspeita dos responsáveis pela investigação é que a Sanko Sider pertença ao doleiro Alberto Yousseff, de onde sairiam recursos não declarados para diversos políticos.
Na Camargo, a apreensão é total. O advogado da empresa, o ex-ministro da Justiça Marcio Thomaz Bastos, já alertou sócios e diretores que é impossível controlar as ações da Polícia Federal e os rumos da Operação Lava Jato. Em poucas palavras, disse a todos que se preparem para o pior.
É com esta hipótese, por exemplo, que trabalha Luís Nascimento, hoje o principal sócio da construtora e um dos três genros do lendário fundador Sebastião Camargo. Presidida pelo executivo Vitor Hallack, a Camargo é um dos maiores conglomerados empresariais do País – além da empreiteira, possui também outras companhias, como a Alpargatas, que produz as sandálias Havaianas.
Recentemente, a Camargo foi alvo de outra operação da Polícia Federal: a Castelo de Areia. Neste caso, no entanto, Marcio Thomaz Bastos conseguiu anulá-la nos tribunais superiores, alegando que a origem havia sido uma denúncia anônima. Desta vez, sua orientação aos sócios e executivos foi aguardar os desdobramentos do caso.
Nesta noite, a Sanko-Sider divulgou a nota abaixo:
Informamos que todos os contratos do Grupo Sanko-Sider foram feitos apenas com empresas privadas, construtoras ou consórcios particulares. O Grupo Sanko-Sider não faz vendas diretas à Petrobras, excetuando-se alguns itens para manutenção. Nesses casos, as propostas são escolhidas exclusivamente via leilão eletrônico, no qual vige o critério do menor preço e sem, absolutamente,nenhum intermediário. Essas vendas são responsáveis por parcela mínima de faturamento da nossa empresa, não chegando nem a 2%. Sendo assim, o Grupo Sanko-Sider repudia veementemente as ilações que vêm sendo feitas e reafirma total transparência, legalidade e legitimidade de seus negócios, o que será comprovado por essas anunciadas averiguações.
Todos os contratos das empresas do grupo Sanko são estritamente comerciais. Os serviços foram contratados, pagos contra a emissão de notas fiscais, que foram todas devidamente contabilizadas, tributadas e pagas, via sistema bancário, de acordo com a legislação vigente.
Todas essas informações foram prontamente prestadas às autoridades há tempos, tão logo se iniciaram as investigações.
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