Na África, Lula se aquece para eleição dura e rude

Portal Plantão Brasil
7/5/2014 11:21

Na África, Lula se aquece para eleição dura e rude

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Após Encontro do PT, ex-presidente reaparece no continente africano; visitou nesta terça-feira 6, em Angola, projeto de agricultura familiar; périplos como referência global contra pobreza, no entanto, terão de abrir espaço para a dura batalha em curso no Brasil; agitação das pesquisas de opinião, barulho na mídia e problemas para o governo tornam missão de Lula de turbinar o PT e seus candidatos a mais difícil de sua carreira; talvez até mais do que sua primeira vitória nas eleições presidenciais, em 2002; afinal, agora ele estará do lado de fora, sem cargo, sendo fiador de quem está do lado de dentro da disputa; o super político vai conseguir transferir prestígio na medida das necessidades de seus correligionários?



Encerrado o Encontro Nacional do PT, onde levantou o braço da presidente Dilma Rousseff para confirmar seu discurso de apoio à candidatura dela à reeleição, o ex-presidente Lula voltou à cena. Mas não exatamente em campanha eleitoral para sua candidata. Ele está na África, onde visitou nesta terça-feira 6, em Angola, um programa de agricultura familiar.



No Brasil, Lula deixou claro, em seu último discurso aos petistas, que a eleição vai ser "dura". Para ajudar na medida das necessidades de seus candidatos e do partido, o ex-presidente terá, do lado de fora, de cumprir uma das missões políticas mais difíceis de toda a sua carreira. Talvez até mesmo mais árdua do que a sua primeira vitória na eleição presidencial, em 2002, e certamente bem mais fácil do que a campanha para sua reeleição, em 2006. Do cargo, ele foi o maior eleitor na vitória em primeiro turno de Dilma Rousseff.



Agora, para ele, o quadro é outro. Pela primeira vez de maneira espontânea, Lula não será candidato a um cargo eletivo em 32 anos, desde que concorreu ao governo de São Paulo e amargou o quarto lugar na disputa. Em 2008, o ex-presidente não tinha condições legais de disputar um terceiro mandato.



Publicamente, Lula tem dado demonstrações de que sua decisão é irreversível. Após ter passado quase todo o primeiro ano da gestão da presidente Dilma dizendo que ainda não havia "desencarnado" do cargo, ele, de fato, se fixou na posição de que ela é a sua candidata. Ao seu modo, desautorizou setores que, de maneira surda e anônima, ensaiavam um movimento chamado 'volta Lula'. Ele negou ter dado beneplácito para a iniciativa.



Esperam seus correligionários que Lula consiga, da África, manter suas baterias em plena forma. Chegando ao Brasil, espera-se também que ele lidere o enfrentamento à oposição que ele mesmo pediu no Encontro do PT. Ou o oriente. Ou aumente o corpo a corpo a favor de seus candidatos nos Estados. E faça mais e mais. Quanto mais perto o ex-presidente estiver dessa luta, mais irá valorizar a posição escolhida de grande eleitor do PT.



Abaixo, notícia publicada no site do Instituto Lula sobre a visita do ex-presidente à Angola:



O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou, nesta terça-feira (6), a região de Malanje, no interior de Angola, onde conheceu uma série de iniciativas para o desenvolvimento local: visitou o projeto Kukula Ku Maxi, de apoio à agricultura familiar no Pólo Agro-Industrial de Capanda, um centro de formação do Senai no município de Cacuso e uma usina de produção de açúcar, etanol e energia de biomassa no mesmo município. O governador de Malanje, Norberto dos Santos, acompanhou todo o dia de visita à região.



A Sodepac (Sociedade de Desenvolvimento do Pólo Agro-Industrial de Capanda) doou, em nome do ex-presidente Lula, ferramentas agrícolas e equipamentos de irrigação para pequenos agricultores de Cacuso. O projeto Kukula Ku Maxi ("crescer juntos" em Kimbundo), iniciado em 2010 e com coordenadores brasileiros e angolanos, atende 700 famílias de pequenos agricultores, que recebem orientação e apoio para melhorar a produção e a venda de seus produtos agrícolas – beterraba, tomate, alface e outras hortaliças – aumentando a renda familiar. O resultado é que 2500 pessoas já saíram da pobreza. O projeto também combina ações de saúde para a redução da mortalidade infantil, e poços para acesso à água. "Meus parabéns por tudo que fizeram nesses 4 anos. No Brasil, temos uma forte agricultura familiar, que produz 70% dos nossos alimentos. Eu espero que Angola desenvolva uma forte agricultura familiar, para que não precise importar nenhum alimento que consome."



Lula também visitou um centro de formação do Senai no município, onde professores brasileiros ensinam trabalhadores angolanos da usina Biocom, de capital brasileiro e angolano. A empresa de plantação e processamento de cana-de-açúcar, hoje já planta 6 mil hectares de e irá produzir em 2018, quando concluir sua primeira fase de implantação, 180 mil toneladas de açúcar, para substituir as importações que Angola faz hoje do produto, além de etanol e biomassa. A colheita é completamente mecanizada, com 95% dos equipamentos utilizados na usina comprados do Brasil e o projeto conta com 2400 funcionários, mais de 90% deles angolanos.



Aparecido Ferreira da Silva, professor do Senai de Dourados, Mato Grosso do Sul, está em Cacuso oferecendo cursos de solda e tornearia para jovens angolanos. "Após 28 anos de docente, a gente dividir com outros países o que sabe é uma alegria". O projeto transfere tecnologia e conhecimento, além de formar mão-de-obra local. O ex-presidente incentivou os estudantes angolanos a se qualificarem, lembrando o quanto o curso de torneiro mecânico mudou a sua vida. "Quem estuda no Senai pode até virar presidente da República".



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